terça-feira, 14 de abril de 2009

Um político afetivo e conciliador



“Perdi um amigo, cujo principal traço era o da conciliação”
(Deputado José Chaves ao lamentar, ontem, no velório, o desaparecimento do ex-deputado Carlos Wilson Campos)

Um político afetivo e conciliador


De todos os políticos que convivi nos últimos 25 anos de jornalismo nunca encontrei alguém tão afável, doce, conciliador, amigo e cativante, verdadeiro ladrão de afetos, como o deputado Carlos Wilson, que descansou, ontem, depois de mais de três anos lutando contra o câncer. Conheci Cali no início dos anos 80 como primeiro-secretário da Câmara dos Deputados, mas só criei com ele uma relação mais próxima depois que foi eleito vice-governador na chapa de Miguel Arraes, em 1986. Quando algum estudante de Jornalismo ou mesmo qualquer curioso me perguntava qual o melhor político para se conviver, que suportava bordoadas sem perder os bons tratos nem o humor citava justamente Carlos Wilson. Além de ser uma boa fonte, ele sabia conviver com a crítica. Governador de Estado, ministro, presidente da Infraero, senador, qual fosse o cargo mais relevante, Cali era o mesmo, acessível e atencioso. Isso sem distinção, conforme atestei, ontem, no seu velório ao colher os mais diversos depoimentos sobre a sua personalidade. Nunca vi Carlos Wilson transbordar ódio. A imagem que guardarei dele para sempre será a de ternura.
LONGO SOFRIMENTO - Soube que o quadro do ex-deputado Carlos Wilson era muito grave, há três anos, pelo ex-presidente Collor, quando estive em seu gabinete, em Maceió, para uma longa entrevista sobre o quadro nacional. Durante a conversa, Collor quis saber se eu era amigo de Cali. E informou que ele estava com metástase. Foram, portanto, quase quatro anos de sofrimento, mas ele, incrivelmente, nunca se entregou.

Nem vida nem morte
Há 15 dias, o governador Eduardo Campos fez visita a Carlos Wilson no hospital Santa Joana e lá ouviu dele o desabafo que mais o comoveu: “A minha situação é muito ruim. Nem morro nem consigo viver”. O relato é do próprio governador.

Encontro de poucas palavras
O senador Jarbas Vasconcelos soube da morte de Carlos Wilson às três horas da madrugada quando recebeu um telefonema de um amigo em sua casa de praia, no Janga. Logo cedo, seguiu para o Palácio do Campo das Princesas e, na chegada, cumprimentou formalmente e secamente o governador e adversário Eduardo Campos. E ficou no local apenas 10 minutos.

Agiu rápido
Já o governador Eduardo Campos interrompeu seu descanso no feriadão na chácara do seu sogro, próxima a Moreno. Ele foi informado da morte do aliado por volta das 23 horas. Imediatamente mandou tomar todas as providências para fazer o velório no Palácio das Princesas.

Curtas
FIDALGUIA - Do empresário Eduardo Monteiro: “‘Carlos Wilson se foi muito cedo, deixará uma lacuna pelo seu jeito de fazer política sempre agregando, somando em favor do Brasil. O seu principal traço era a fidalguia, a solidariedade”.
UM PAI - Um dos políticos mais emocionados no velório de Cali era o seu ex-genro Eduardo da Fonte, que acompanhou de perto os seus últimos momentos: “Ele foi um pai que a vida me deu de presente”, dizia, sem conter as lágrimas.


Magno Martins

FOLHA DE PERNAMBUCO,FOLHA POLÍTICA

Recife,13/4/2009
NOTA DE BETE:PELO JEITO MINHA SIMPATIA "GRATUITA" POR ELE TINHA RAZÃO DE SER!SENTI MUITO SUA PARTIDA,A MORTE SEMPRE CAUSA DOR,TRISTEZA,SAUDADE,APESAR DE SER A ÚNICA COISA "CERTA" NESSA VIDA!BOM SERIA SE VIVÉSSEMOS PARA SEMPRE COM MUITA SAÚDE,PAZ,AMOR,FELICIDADE...

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