Mostrando postagens com marcador Leitura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Leitura. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Concepções de linguagem alteram o que e como ensinar

Entenda por que a prática diária da leitura e a escrita, em atividades mediadas pelo professor, são fundamentais quando se considera a linguagem como forma de interação social

PAPEL DE ESCRIBA Eleger um jovem para escrever as produções orais incentiva a construção coletiva. Foto: Drawlio Joca
PAPEL DE ESCRIBA Eleger um jovem para escrever as produções orais incentiva a construção coletiva
Na década de 1970, uma transformação conceitual mudou as práticas escolares. A linguagem deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser vista também como um instrumento de comunicação, envolvendo um interlocutor e uma mensagem que precisa ser compreendida. Todos os gêneros passaram a ser vistos como importantes instrumentos de transmissão de mensagens: o aluno precisaria aprender as características de cada um deles para reproduzi-los na escrita e também para identificá-los nos textos lidos.
Ainda era essencial seguir um padrão preestabelecido, e qualquer anormalidade seria um ruído. Para contemplar a perspectiva, o acervo de obras estudadas acabou ampliado, já que o formato dos textos clássicos não servia de subsídio para a escrita de cartas, por exemplo.
Segundo a pedagoga especializada em linguística, Kátia Lomba Bräkling, nessa concepção, a língua é um código e escrever seria o exercício de combinar palavras e frases para formar um texto. Assim, o ensino precisava focar prioritariamente as estruturas – os substantivos, os verbos, os pronomes, etc. – que compõem a língua e seus usos corretos.
Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram mais. Mikhail Bakhtin (1895-1975) apresentou uma nova concepção de linguagem, a enunciativo-discursiva, que considera o discurso uma prática social e uma forma de interação - tese que vigora até hoje. A relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem o produz passaram a ser peças-chave.
A expressão não era mais vista como uma representação da realidade, mas o resultado das intenções de quem a produziu e o impacto que terá no receptor. O aluno passou a ser visto como sujeito ativo, e não um reprodutor de modelos, e atuante - em vez de ser passivo no momento de ler e escutar.
Essas ideias ganharam suporte das pesquisas que têm em comum as concepções de aprendizagem socioconstrutivistas, que consideram o conhecimento como sendo elaborado pelo sujeito, e não só transmitido pelo mestre. Entre os principais pensadores estão Lev Vygostsky (1896-1934) - que mostrou a importância da interação social e das trocas de saberes entre as crianças - e Jean Piaget (1896-1980) - pai da teoria construtivista.
Nos anos 1980, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, autoras do livro Psicogênese da Língua Escrita, apresentaram resultados de suas pesquisas sobre a alfabetização, mostrando que o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados que têm em sua mente. Em seguida, as pesquisas de didática da leitura e escrita produziram conhecimentos sobre o ensino e a aprendizagem desses conteúdos.
Hoje, a tendência propõe que certas atividades sejam feitas diariamente com os alunos de todos os anos para desenvolver habilidades leitoras e escritoras. Entre elas, estão a leitura e escrita feita pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles não compreendem o sistema de escrita), as práticas de comunicação oral para aprender os gêneros do discurso e as atividades de análise e reflexão sobre a língua.
A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, precisa fazer parte do cotidiano na sala. "O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor. O propósito maior deve ser ver a linguagem como uma interação", explica Francisca Maciel, diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), em Belo Horizonte.
O desenvolvimento da linguagem oral, por sua vez, apesar de ainda pouco priorizado na escola, precisa ser trabalhado com exposições sobre um conteúdo, debates e argumentações, explanação sobre um tema lido ou leituras de poesias. "O importante é oferecer oportunidades de fala, mostrando a adequação da língua a cada situação social de comunicação oral".
Trecho adaptado da reportagem O papel das letras na interação social.

Revista Nova Escola

domingo, 25 de janeiro de 2015

'O valioso tempo dos maduros’, Mário de Andrade

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo
que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos?
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"
Mário de Andrade

sábado, 20 de junho de 2009

A moça tecelã



A Moça Tecelã

Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo se sentava ao tear.Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.Depois, lãs mais vivas; quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que, em pontos longos, rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.Mas, se, durante muitos dias, o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados para que o sol voltasse a acalmar a natureza.Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava seus dias.Nada lhe faltava. Na hora da fome, tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor-de-leite que entremeava o tapete. E, à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.Mas, tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha e, pela primeira vez, pensou como seria bom ter um marido ao lado.Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E, aos poucos, seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponta dos sapatos, quando bateram à porta.Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma e foi entrando na sua vida.Naquela noite, deitada contra o ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.E feliz foi, por algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque, descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.— Uma casa melhor é necessária, disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor-de-tijolo, fios verdes para os batentes e pressa para a casa acontecer.Mas, pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente. — Por que ter casa, se podemos ter palácio?, perguntou. Sem querer resposta, imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates de prata.Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça, tecendo tetos e portas, e pátios, e escadas, e salas, e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto, sem parar, batiam os pentes, acompanhando o ritmo da lançadeira.Afinal, o palácio ficou pronto. E, entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.— É para que ninguém saiba do tapete, disse. E, antes de trancar a porta a chave, advertiu:— Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!Sem descanso, tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos; os cofres, de moedas; as salas, de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.E, tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E, pela primeira vez, pensou como seria bom estar sozinha de novo.Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E, descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e, jogando-a veloz de um lado para outro, começou a desfazer o seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois, desteceu os criados e o palácio. E todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.A noite acabava quando o marido, estranhando a cama dura, acordou e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz que a manhã repetiu na linha do horizonte.

COLASANTI, Marina. Doze Reis e a Moça no Labirinto do Vento. 6. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1982.

É isso aí! Um dia a pessoa desperta,abre os olhos,enxerga até mesmo o que não queria e resolve olhar mais pra si e eliminar o que lhe escraviza ,vampiriza,impede de ser feliz!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Leite derramado





Chico Buarque investiga mudança da sociedade
Neste quarto romance, compositor segue a tradição do pai, o historiador Sérgio Buarque de Holanda

Autor concentrou-se no processo criativo, despreocupando-se de suas outras artes; a obra chega hoje às livrarias com tratamento de best-seller, duas capas e 70 mil exemplares. Foto: Bruno Veiga/Divulgação

Ubiratan Brasil // Agência Estado
São Paulo - Em janeiro, Chico Buarque de Holanda colocou o ponto final na obra que escrevia desde setembro de 2007 e que hoje chega com tratamento de best-seller às livrarias: Leite derramado (Companhia das Letras, 200 páginas, R$ 36).
história do homem velho que, em um leito do hospital, revisita o próprio passado e, por extensão, a transformação da sociedade brasileira, chega com duas opções de capas e uma fornada inicial de 70 mil exemplares.
Neste quarto romance, Chico Buarque segue a tradição do pai, o sociólogo e historiador Sérgio Buarque de Holanda, cujo clássico Raízes do Brasil descreve o processo de formação da sociedade brasileira como singular e distinto da dos outros países da América Latina. "O curioso é que ele se surpreendeu quando levantei a hipótese de a imprensa relacionar o livro com a obra do pai", comenta o editor Luiz Schwarcz.Há, no entanto, influências sociológicas, literárias e familiares. Criado em um ambiente notadamente intelectual, Chico Buarque gosta de relembrar com amigos a seriedade profissional do pai. "Sérgio sempre dizia que literatura é coisa séria", comenta o compositor que, ao ser premiado com o Jabuti por Estorvo, em 1992, fez questão de receber a estatueta, mesmo debilitado por uma perna quebrada e avesso a cerimônias. "Meu pai também ganhou um Jabuti", orgulhava-se.Chico repetiu sua monástica rotina ao criar Leite derramado, ou seja, concentrou-se no processo, despreocupando-se das outras artes. Dessa vez, foi poucas vezes a seu apartamento em Paris, onde costuma se isolar quando ameaçado por crises criativas. Também pouco compartilhou da escrita com amigos. "Ele quase não fez comentários e só suspeitei de que haveria algum cunho histórico porque ele fez consultas com a Lilia", conta Schwarcz, referindo-se à sua mulher, a antropóloga e professora Lilia Moritz Schwarcz.Quando entregou os originais, Chico já os apresentou atualizados sob as regras da nova ortografia. O nervosismo, porém, era típico de qualquer escritor. "Chico logome disse que, se eu não gostasse, ele poderia recomeçar e mudar tudo, pois estava com a mão boa", relembra Schwarcz. "Como se dedica exclusivamente ao texto quando está escrevendo, ele sofre muito".A avaliação de amigos próximos, assim, transforma-se em informação preciosa. Chico recebeu ótimo retorno dos editores da Companhia das Letras responsáveis pela publicação. Também ficou lisonjeado com as palavras da crítica literária Leyla Perrone-Moisés, que classificou o livro como "obra de um escritor em plena posse de seu talento e de sua linguagem".Não sobraram apenas confetes, no entanto. Rubem Fonseca, por exemplo, notório pela reclusão diante da imprensa, não gostou do título, Leite derramado. Ele também contestara o de outro livro, Estorvo, dizendo que seria melhor se viesse acompanhado do artigo, O estorvo.Segundo Fonseca, o estranhamento agora vem da contradição entre o título inspirado em um ditado popular e a escrita rebuscada do romance. A escolha do título, aliás, foi demorada - surgiu apenas depois de escrita a frase final -, mas despontou como única opção, ao contrário de outras obras, como Benjamim, escolhido entre três possibilidades.O livro chega amparado por uma ampla campanha de marketing, envolvendo mídia impressa, rádio e TV, além de anúncios em livrarias e ônibus. Também um site (www leitederramado.com.br) entra no ar hoje, com vídeo exclusivo com Chico Buarque, agora ansioso pelas críticas.

Edição de sábado, 28 de março de 2009

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Meu novo banner



Queria mudar o banner do blog e resolvi usar imagens de escritores brasileiros, para representar melhor o estilo que escolhi. Existem muitos além desses mas todos não caberiam aqui. Após escolher alguns, lembrei que estudei com professores que escreviam e resolvi procurar fotos para homenagear essas figuras que me marcaram, que nunca esqueci... é possível que haja mais, até me lembrei de alguns mas não achei fotos. Deixo meu carinho e minha gratidão a esses mestres com quem tive o privilégio de estudar no curso de Letras da UFPE!São eles, pela ordem das fotos : Luzilá Gonçalves,César Leal, Nelly Carvalho, Marcus Aciolly, Irandé Antunes,Lucilo Varejão (filho) e Ariano Suassuna, um time de peso!
Sinto-me privilegiada por haver estudado com profissionais tão competentes quanto os citados acima e acrescento: Elvite Assunção, Inalda, Novelino, Raquel, Gilza, Paulene, Lucilo Varejão ( pai ) e a inesquecível Mirtha Magalhães!

domingo, 6 de abril de 2008

PRÊMIO VIVALEITURA 2008

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Vivaleitura 2008, iniciativa que estimula e reconhece as melhores experiências relacionadas à leitura. Em sua terceira edição, o prêmio vai receber projetos de escolas e bibliotecas públicas, privadas e comunitárias, ONGs, pessoas físicas, universidades, faculdades e instituições sociais. O vencedor de cada categoria receberá um prêmio de R$ 30 mil. Uma menção honrosa será atribuída a projetos de empresas públicas e privadas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 8 de julho.


A mobilização pró-leitura continua. Depois do Ano Ibero-americano da Leitura comemorado em 2005, foi criadoo Prêmio Vivaleitura, com o objetivo de estimular, fomentar e reconhecer as melhores experiências quepromovam a leitura.

Iniciativa do Ministério da Educação (MEC), do Ministério da Cultura (MinC) e da Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, Organização dos Estados Ibero-americanos para Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), o prêmio tem realização e o patrocínio da Fundação Santillana, com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O Prêmio Vivaleitura faz parte do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
Serão premiados trabalhos nas categorias “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias”, “Escolas Públicas e Privadas” e “ONGs, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais", que desenvolvam trabalhos na área de leitura. A comissão julgadora vai levar em conta a originalidade do trabalho, o impacto na construção da cidadania, os recursos utilizados, a pertinência e a abrangência da ação na comunidade, a duração e os resultados alcançados, entre outros critérios. Em cada categoria, os vencedores receberão um prêmio de R$ 30 mil.
Na categoria Sociedade, haverá a distinção da Menção Honrosa a ser atribuída a projetos de empresas com foco no tema “formação de mediadores de leitura”. A distinção abrange programas e projetos de apoio, promoção e patrocínio, na área de leitura, desenvolvidas por empresas, públicas ou privadas. O projeto que se destacar por sua abrangência, permanência confirmada e alta relevância será considerado merecedor da Menção Honrosa.

MAIS INFORMAÇÕES: www.premiovivaleitura.org.br

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

LEITURA É FUNDAMENTAL


A Importância da Leitura na Construção do Conhecimento
Antigamente se acreditava que o conhecimento era transmitido, que passava de uma pessoa para outra. É claro que, por mais que se esforçasse, talvez nosso professor de Português não tivesse conseguido nos transmitir as regras da colocação pronominal. (Sabe aquele papo de próclise, mesóclise e ênclise? Não? Fique calmo, quase ninguém se lembra...) O caso é que fizemos a prova e tiramos a nota, mas hoje precisamos escrever uma carta comercial ou um artigo para a revista, mandar um e-mail, procuramos dentro de nós e... onde foi parar? Com certeza, não é um conhecimento disponível no presente. Não aprendemos de fato, pois uma das características da aprendizagem é ser aplicável: não apenas saber, mas poder usar o que se sabe.
Agora, aquela música dos Incríveis... aquela você nunca mais esqueceu! Às vezes se pega cantarolando era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones. Gostando ou não gostando, ela ficou.
Por que a música permaneceu e a mesóclise foi pro espaço?
- Porque a música era fácil. – Alguém diz.
Acontece que outras coisas eram muito mais fáceis e você esqueceu, como o telefone da sua cunhada, enquanto reteve inúmeros dados difíceis, como um vocabulário de centenas de palavras e expressões em Inglês.
Mesmo sem entrar presentemente na relação entre memória e aspectos emocionais/sentimentais, ainda assim podemos entender o que acontece, com a ajuda de modernas teorias da aprendizagem. Elas consideram o conhecimento como sendo uma construção íntima de cada ser, uma elaboração da mente, construindo, desmontando e reconstruindo estruturas de pensamentos, sempre a partir do que percebeu e experimentou.
Há, certamente, os fatores externos, as possíveis estimulações, que são recursos que podem despertar o interesse do aluno para um determinado tema, numa atitude de curiosidade e atenção. Mas a realidade é que ninguém controla o modo como o outro aprende, ou quando chegará a aprender o que pretende ensinar. A prova disso é que aprendemos muito com nossos pais (e não apenas do que esperavam que aprendêssemos!), mas há certas áreas em que eles nunca conseguiram modificar nosso jeito de pensar.
E assim também acontece com as nossas crianças. Dizer que cada criança é um mundo parece clichê, mas é a mais pura verdade. Tudo o que ela já viveu, nesta encarnação e nas anteriores; tudo o que já fez, descobriu, percebeu, intuiu e pensou; os filmes que assistiu, as conversas que ouviu, as histórias que leu; tudo participa do seu modo de ver o mundo e de aprender. Que conceitos adquiridos entram na formação de suas conclusões sobre as coisas? Nunca saberemos totalmente. Mas o que se sabe é que as informações e os exemplos a que se expõe sempre podem influenciá-la mais ou menos intensamente - o que é nossa porta de entrada, como educadores, neste seu mundo tão particular. O que se pode fazer é criar um meio propício, é oferecer, à inteligência, a argamassa, o material de construção em quantidade e qualidade suficientes para que a criança construa suas estruturas de pensamento da melhor maneira, com o melhor tipo de informação e os melhores exemplos possíveis.
E aqui chegamos à importância dos livros e da leitura neste processo.
Ler é saber. O primeiro resultado da leitura é o aumento de conhecimento geral ou específico.
Ler é trocar. Ler não é só receber. Ler é comparar as experiências próprias com as narradas pelo escritor, comparar o próprio ponto de vista com o dele, recriando idéias e revendo conceitos.
Ler é dialogar. Quando lemos, estabelecemos um diálogo com a obra, compreendendo intenções do autor. Somos levados a fazer perguntas e procurar respostas.
Ler é exercitar o discernimento. Quando lemos, colocamo-nos de modo favorável ou não aos pontos de vista, pesamos argumentos e argumentamos dentro de nós mesmos, refletimos sobre opções dos personagens ou sobre as idéias defendidas pelo autor.
Ler é ampliar a percepção. Ler é ser motivado à observação de aspectos da vida que antes nos passavam despercebidos.
Ler bons livros é capacitar-se para ler a vida.
Rita Foelker

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

ABRACE A LEITURA


Leia, não importa se você não tem hábito de ler livros. Leia o jornal, a revista, os cartazes, o letreiro luminoso, a bula, o manual de instruções, a carta de amor, o e-mail de amor, leia os olhos dela (ou dele), leia o abstrato desenho das nuvens, "leia o vento", "leia os sabores", leia o semblante de quem te deseja, leia a mão, leia as mensagens que cruzam os seus olhos, abra os braços, abrace a leitura!


ED CAVALCANTE.

2008, O ANO DE MACHADO DE ASSIS


No final do ano passado, foi firmado um termo de cooperação entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Academia Brasileira de Letras (ABL) para desenvolverem ações conjuntas para o Ano Nacional Machado de Assis - destinado a celebrar o centenário de morte do autor. Já estão sendo agendadas feiras, exposições, seminários e uma porção de eventos direcionados ao "ano do Bruxo do Cosme Velho". Machado de Assis é o escritor brasileiro mais respeitado na Europa e nos Estados Unidos. Talvez, com a celebração do centenário de sua morte, ele seja, finalmente, conduzido ao "olimpo" dos grandes escritores da língua portuguesa. Aproveite, abrace a leitura, abrace o Machado!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

MANTENHA A FORMA LENDO



Uma pesquisa realizada no Reino Unido desmente a velha tese que tratava como sedentário, os chamados "ratos de biblioteca". Segundo a mesma, a leitura de um bom livro carregado de ação e sexo gasta duas vezes mais calorias do que ficar parado. A pesquisa foi encomendada pela conceituada cadeia de livrarias Borders e vem dando o que falar. Confira a matéria na íntegra no link abaixo.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/06/070614_livrosemagrece_pu.shtml

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Aproveitem a Bienal do livro


Começa hoje a Bienal do livro,no Centro de Convenções,ótima oportunidade para se deliciar com a literatura! Recomendo: O menino do dedo verde, O pequeno príncipe, Porque os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor, A língua de Eulália, O mito do preconceito lingüístico e muitos outros... Não percam!5 a 14 de outubro,das 10h às 22h! Quem sabe não nos encontraremos por lá!

domingo, 30 de setembro de 2007

Dúvidas???????




Sugiro que visitem esse site para tirar pequenas dúvidas da nossa língua portuguesa.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

QUEM LÊ, VIAJA


Como professora de português, sinto grande dificuldade em fazer meus alunos lerem. Tento fazê-los entender que quem lê muito, erra pouco na escrita, principalmente quem lê bons autores. A maioria tem preguiça, não gosta... Ler em voz alta em sala, nem pensar!A vergonha, o medo de gaguejar, de não respeitar a pontuação, impede muitos de ler em público e gera um círculo vicioso, pois tudo é questão de treino. O preço absurdo dos livros tira o direito daqueles que querem desfrutar desse imenso prazer. Vamos divulgar bons livros, emprestar os nossos, pegar outros emprestados, tentar comprar na medida do possível, o importante é não deixar de ler!!!