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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Agressão na Educação

quarta-feira, 3 de agosto de 2011


Enquanto isso, nas nossas escolas...

Setenta casos de agressões foram registrados nas escolas estaduais de Pernambuco em 2010. Número alto? Não, se compararmos com o que a TV Globo veiculou recentemente, em reportagem, no NETV. De acordo com a emissora, uma pesquisa realizada pela Polícia de Pernambuco trouxe números ainda mais assustadores: 83 casos de agressões em escolas estaduais somente nos primeiros seis meses deste ano.
Onde estaria o problema? Há opiniões para tudo o que é gosto, mas, pelo que observo no meu dia a dia na escola, acho que o mal está mesmo na falta de seriedade com a educação.
Há tempos a escola deixou de ser um espaço que impõe respeito. Ora, quem vai respeitar um lugar onde se entra e sai na hora que quer, onde se diz poucas e boas com o professor e fica por isso mesmo, onde o aluno procura uma água para beber e não encontra, vai ao banheiro e dá de cara com uma sujeira só, onde funcionários, alunos, pais e muitas vezes até os diretores não se respeitam?
Casos como o que o vídeo abaixo mostra fazem parte do cotidiano de quem frequenta as escolas públicas. E isso já deixou de ser novidade também para quem nunca pisou numa instituição de ensino da rede estadual, pois já faz alguns meses que a imprensa pernambucana veicula matérias que mostram imagens de alunos brigando dentro das escolas.
Aí a Secretaria de Educação faz o seguinte: vai especificamente àquela escola divulgada na matéria e toma uma providência tipo: exoneração de diretor, transferência de aluno, ou advertência. Isso é uma providência  eficaz? E as outras escolas, que também vivenciam a mesma realidade? É assim que funciona o tal Pacto pela Educação?





http://blog-diariodeclasse.blogspot.com/2011/08/enquanto-isso-nas-nossas-escolas.html

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Tem mesmo que ser assim?

A novidade do momento é a proposta de inserção de mais uma disciplina no ensino básico. Isso mesmo. O Conselho Nacional de Educação estuda a possibilidade de, a partir de 2012, adicionar ao currículo uma disciplina sobre direitos humanos.
Nós, professores que temos visto, a cada ano, a inserção de novas disciplinas, começamos a questionar a respeito da real necessidade dessas matérias.
Vou explicar a partir da realidade que vivo: a das escolas estaduais. Nos últimos anos, foram incluídas no currículo disciplinas como História de Pernambuco e Cidadania. Primeiro problema: o horário de aulas continua o mesmo. Ou seja, é necessário "imprensar" as novas matérias e isso provoca prejuízos na carga horária de outras disciplinas, como história e geografia, por exemplo. Segundo problema: o Estado não contrata professores capacitados. Quer obrigar quem fez concurso para outras disciplinas a assumir as novas. É mais ou menos assim que funciona: o diretor, na primeira reunião do ano, informa ao professor de geografia que a carga horária dele diminuiu e, "para que ele não seja prejudicado, precisa assumir o ensino das novas matérias". Simples assim. E se o professor não quiser? Se alegar que fez concurso para ensinar geografia, somente geografia?! Além de ficar visto como "o professor que gosta de fazer confusão", como castigo, terá que completar sua carga horária em outra escola, que nem sempre é perto. Aí, já sabe, é aquela confusão para conciliar os horários de uma escola com outra.
Diante de tanto transtorno, o questionamento: seria mesmo necessário inserir essas disciplinas no currículo? Por que não inovar de outra forma?
Em relação a direitos humanos e cidadania, por exemplo, muitos professores já abordam esses assuntos como temas transversais. Isso quer dizer que trabalham direitos humanos e cidadania em sala de aula, mesmo ensinando outras disciplinas. Aliás, essa poderia ser uma proposta bem mais eficaz porque incentivaria os professores a deixarem para trás de uma vez aquelas formas tradicionais e ultrapassadas de ensino em que prevalece o decoreba de datas, fórmulas, regras gramaticais e valorizaria modelos de aulas mais interessantes, que, além de levarem o estudante ao aprendizado específico de disciplinas, incentivam a discussão sobre temas transversais. Processos como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os principais vestibulares do País, inclusive, têm exigido dos professores que trabalhem dessa forma.
Ongs, autoridades e outras instituições envolvidas com educação, podem estar cheios de boas intenções, mas, antes de sugerir mudanças deveriam refletir sobre suas necessidades e, principalmente, sobre os transtornos que podem causar.
A educação brasileira precisa, sim, de transformações, mas, para que as mudanças sejam eficazes, é necessário, antes de tudo, discussão, planejamento e, principalmente, respeito aos protagonistas dessa história: professores e alunos.
Para entender melhor a proposta do Conselho Nacional de Educação, sugiro leitura de matéria publicada no blog do professor Paulo Alexandre: http://remoalho.wordpress.com/

Retirado de http://blog-diariodeclasse.blogspot.com/2011/06/tem-mesmo-que-ser-assim.html

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Será que tem jeito?

Precisamos encontrar um jeito

"Hj saí totalmente do sério e até um PQP eu soltei. Como os meninos "nunca" dizem isso, foram logo falando. As turmas que tenho tido problema todos os prof têm. Um número muito grande de alunos não se interessa nem por atividades que valem nota."
A vontade de abrir um espaço para escrever sobre educação já existia há muito tempo. Mas a resolução de tornar essa ideia concreta veio depois de receber essa mensagem no meu celular. Estou de licença maternidade e os amigos me mandam sempre notícias da escola. Quase sempre, ruins.
A mensagem acima me deixou ainda mais preocupada porque ocorreu numa turma que assumi este ano. Daquelas turmas bem problemáticas das quais você tem vontade de sair correndo nos primeiros cinco minutos de aula. É menino ligando rádio no meio da sua explicação; outros, devidamente caracterizados, cantando hinos de torcidas organizadas; aluno que se recusa a fazer atividade e ainda acha que está certo e por aí vai... E esse tipo de turma, eu já conheço: começa e termina o ano do mesmo jeito. Não que esses alunos "nao tenham jeito". É que o sistema faz questão de "não arrumar um jeito" pra eles.
A sensação é de que, quando voltar, provavelmente encontrarei um ambiente de trabalho pior, em quase todos os aspectos. Chega dá um desânimo.
Mas volto em setembro. E lembrei que quando me formei, há oito anos, em Letras, na UFPE, queria ser professora. De ensino médio. E de escola pública. Sabia que a realidade não era boa. Muito menos o salário. Mas sempre tive vontade de fazer algo para transformar essa realidade. Depois de 6 anos já mudei conceitos, postura e perdi a fé em certas possibilidades de mudanças. Mas também aprendi muito.
E continuo acreditando que ainda posso fazer algo de positivo em meio a tanto desânimo.
É com essa proposta que surge o Diário de Classe. Através de denúncias, discussões e de trocas de experiências poderemos contribuir não somente com a realidade de professores e alunos, mas de toda a sociedade, afinal, todos temos, de alguma forma,  alguma ligação com a educação. O problema é que, enquanto não tivermos consciência disso e não passarmos a nos envolver, continuaremos na mesma. Não encontraremos "um jeito" para desatar os nós.

Amanda Tavares
Nosso e-mail: blogdiariodeclasse@gmail.com
Twitter: @diariodeclasse_

Bônus

Ganhei 14º e não sei nem porque

Acabo de saber que a escola onde trabalho bateu 95% das metas estabelecidas pelo Governo Estadual em 2010. Isso significa que ganharemos o Bônus de Desempenho Educacional (BDE), ou seja, o 14º salário, no próximo mês. Dinheiro extra é sempre bom. Mas, sejamos sinceros: que metas são essas? A verdade é que nem nós, que trabalhamos para cumpri-las, sabemos, ao certo.
De acordo com o site da Secretaria Estadual de educacao (http://www.educacao.pe.gov.br/), na sua 3ª edição, o BDE recebe um investimento de R$48 milhões do Governo do Estado. O montante será distribuído entre funcionários de 625 escolas. Essas instituições de ensino atingiram, pelo menos, 50% das metas estabelecidas.
Para quem observa de fora, os dados são animadores, parece que a educação está melhorando. Difícil é quem frequenta essas escolas no dia a dia perceber melhorias significativas.
Levando em conta a minha realidade, posso observar que na escola onde trabalho há menos alunos nas turmas, há alguns anos já são distribuídos livros, fardamentos e merenda e há reforma todo ano. Mas isso não implica em muita mudança.
A indisciplina é um problema constante. A reprovação só não o é porque os professores têm sido incentivados a aprovar em massa. Funciona mais ou menos assim: quando um colega se pronuncia dizendo que tal turma é indisciplinada, que alunos não rendem, que dificilmente aprenderam e por isso provavelmente muitos serão reprovados, é de praxe que ouça um "cuidado para a gente não ficar sem o 14º por sua causa". A violência também não desapareceu. Além de assaltos nas redondezas e até dentro da escola, virou moda alunos brigarem e outros gravarem tudo no celular. No dia seguinte, a briga vira o principal assunto em todas as turmas. E todo mundo acha engraçado.
Quando converso com colegas de outras escolas, observo que suas realidades não são diferentes.
Tenho que admitir uma coisa: na situação em que me encontro, recebendo o pior salário de professor do País, receber um 14º salário no meio do ano não é nada mau. Ajuda um bocado. Mas chegar ao ponto de achar isso "uma bondade" do governo e acreditar que é isso que vai ajudar a melhorar a minha realidade e a dos meus alunos seria muita "inocência".
Continuo achando que, desde que entrei no Estado, em 2005, pouca coisa mudou. A conversa é sempre a mesma: "as mudanças são lentas, são muitos anos de atraso e levaremos muitos anos para recuperar". Aí lembrei da professora Amanda Gurgel, aquela do Rio Grande do Norte, que "encantou" o Brasil com sua fala no Youtube durante umas duas semanas e agora já foi esquecida. No seu discurso, ela disse mais ou menos assim: "A minha necessidade de pagar contas, de me alimentar, é urgente!". Pois bem, mudanças a longo prazo não nos interessam.

Copiado e colado de :
http://www.blog-diariodeclasse.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de junho de 2011

*Como se educa sem violência*
*Dr. Arun Gandhi*

O Dr. Arun Gandhi, neto de Mahatma Gandhi e fundador do MK Gandhi Institute, contou a seguinte história sobre a vida sem violência, na forma da habilidade de seus pais, em uma palestra proferida em junho de 2002 na Universidade de Porto Rico.
"Eu tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô havia fundado, e que ficava a 18 milhas da cidade de Durban, na África do Sul. Vivíamos no interior, em meio aos canaviais, e não tínhamos vizinhos, por isso minhas irmãs e eu sempre ficávamos entusiasmados com a possibilidade de ir até a cidade para visitar os amigos ou ir ao cinema.
Certo dia meu pai pediu-me que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade. Como íamos até a cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos o dia todo, meu pai me pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.
Quando me despedi de meu pai ele me disse: "Nos vemos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos".
Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto com o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora. Quando me dei conta eram 17h30. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meu pai. Eram quase 6 horas.
Ele me perguntou ansioso: "Porque chegou tão tarde?"
Eu me sentia mal pelo ocorrido, e não tive coragem de dizer que estava vendo um filme de John Wayne. Então, lhe disse que o carro não ficara pronto, e que tivera que esperar. O que eu não sabia era que ele já havia telefonado para a oficina. Ao perceber que eu estava mentindo, disse-me: "Algo não está certo no modo como o tenho criado, porque você não teve a coragem de me dizer a verdade.. Vou refletir sobre o que fiz de errado a você. Caminharei as 18 milhas até nossa casa para pensar sobre isso".
Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação. Não pude deixá-lo sozinho...guiei por 5 horas e meia atrás dele...vendo meu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que eu havia dito.
Decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: "Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição?" Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.
Este é o poder da vida sem violência".

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Profissão Professor


Com muita tristeza vi mais um programa mostrando o "sucateamento" da minha tão difícil profissão! Dessa vez o Profissão Repórter, com o competente Caco Barcelos, único repórter com coragem para subir o morro, segundo Caio Fábio. Professores esgotados, desrespeitados, agredidos de todas as formas.  Uma profissão tão importante, fundamental para todos, mas sofreu ao longo do tempo uma incrível desvalorização por parte de praticamente todos os segmentos da sociedade. Alguns professores abandonam de vez a sala de aula. Alunos insatisfeitos, desinteressados, uma escola realmente sem atrativos para que queiram trocar a rua por ela.É preciso que alguém  tome uma posição definitiva e corajosa promovendo uma ampla reforma na metodologia, no currículo escolar, nas instalações físicas, na formação e no salário dos professores. É uma profissão ameaçada de extinção. As licenciaturas estão em baixa. O Jornal da Globo trouxe mais uma lamentável e deprimente notícia de violência contra os mestres. Um aluno, de Universidade particular, esfaqueia mortalmente seu professor, por ter sido reprovado por ele. Que país é esse? O diálogo foi trocado por revólver, faca, pedra, delegacia... Meu grande sonho é "dar adeus" à Educação e "queimar as cadernetas".
Aguardem e confiem!!! Shalom!Paix!!Peace!!
Bete Meira