domingo, 28 de novembro de 2010

Por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada

Peço a Deus que meus filhos encontrem na vida a companheira que seja bênção e edificação. Porque a mulher faz o homem. Ele pensa que manda mas faz o que ela quer. Com jeitinho, a mulher consegue tudo. A mulher sábia edifica a sua casa, já diz a bíblia. Eva induziu Adão a comer do fruto proibido e as consequências foram terríveis para eles e ainda atingiram toda a humanidade. Dizem que não há nada tão ruim que uma mulher não consiga piorar, kkkkk, que coisa machista! Mas há um fundo de verdade. A mulher cresceu muito na sociedade em todos os setores. Algumas são motivo de orgulho para a classe! Inteligentes, decididas, competentes, matam um leão por dia, obtiveram sucesso em várias áreas da vida. Outras, infelizmente, são acomodadas, não estudam ou estudam apenas o mínimo para se alfabetizar. Preferem depender do marido ou se manter com um empreguinho qualquer. Há as que se graduam mas guardam o diploma e trabalham em qualquer área que apareça. Também há as que se graduam, e até se pós-graduam,  trabalham em sua área, mas o fazem de forma descuidada e não adquirem a competência necessária ao exercício da profissão. Outras estudam com afinco, diplomam-se e trabalham na sua área com a capacidade exigida. É um grande caldeirão! Desejo que meus filhos se casem com mulheres a quem amem e que os amem, que sejam tementes a Deus, tenham uma profissão e a exerçam com dignidade. Mas o principal é que sejam sábias. Que não sejam incendiárias, mas bombeiras! Explico: leva uma cantada do vizinho mas em vez de correr pra contar ao marido e exigir que ele tome uma providência (podendo ser morto ou agredido fisicamente), ela mesma resolve. Corta a intimidade e passa a evitá-lo. Quantos homens morrem porque suas mulheres levam pra eles problemas que poderiam ser resolvidos por elas, seja ignorando, seja dando um fora, mas querem inflamar e infelizmente por causa de uma brincadeira de mau gosto, ficam viúvas. Diz o ditado que por trás de um grande homem existe sempre uma grande mulher. Prefiro dizer que a grande mulher está ao lado. Mas é verdade. A boa mulher incentiva, compreende, acalma o ânimo, desvia de brigas e confusões, aconselha, alegra, é equilibrada, não coloca o marido em situações difíceis nem arriscadas, pensa mais na segurança dele do que em satisfazer seu ego ou lavar sua honra, se for o caso, porque a vida dele é mais preciosa do que contendas mundanas. A não ser que não o ame. Aí é totalmente diferente. A mulher errada age de forma contrária. É mesquinha, pensa apenas nela e em satisfazer seu egoísmo. Joga o marido no incêndio, inflama em vez de apagar o fogo, é parceira apenas nos bons momentos, nos passeios, nos shows, mas na crise dá um jeito de escapar. Quando vemos um homem bom, justo, equilibrado, leal, gentil, grato, podemos ter certeza de que esses valores foram plantados pela mãe e cultivados e incentivados pela companheira. Quando vemos um homem rancoroso, injusto, desequilibrado, desleal, grosso, ingrato, certamente ou teve uma péssima mãe ou encontrou uma companheira que conseguiu desvirtuar a boa formação recebida. Felizes os homens que possuem visão e não se deixam iludir por encantos aparentes.  Enxergam a alma. Enxergam a pureza do core e do olhar. Enxergam a beleza interior antes da exterior. Que Deus me escute e prepare boas mulheres para meus filhos! E que eles sejam excelentes maridos, seguindo o exemplo do pai deles. Que valorizem e respeitem suas mulheres. Que incentivem e aplaudam o sucesso que conquistarem. Termino com uma frase muito interessante da mulher vitoriosa chamada Martha Medeiros:  
"Se por trás de todo grande homem existe uma grande mulher, então vale o inverso: por trás de um pequeno homem talvez exista uma mulherzinha de nada"

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bete se cansou de ser boazinha(bonzinho só se fode)


Tudo na vida cansa. Cansei de plantar o bem e receber o mal. Cansei de me deixar fazer de capacho, escada, trampolim para pessoas egoístas e ingratas que desfrutam da minha ingenuidade e bondade enquanto lhes é interessante, sem oferecer em troca a mesma consideração, e quando não sirvo mais aos seus interesses se descartam de mim como se fosse lixo! Não me importo mais se me chamarem de rancorosa, cruel, malvada, porque é muito fácil apontar o dedo, julgar e condenar quando se é o vilão ou o espectador apenas. Pimenta nos olhos dos outros é refresco! Fácil ser altruísta na teoria. Fácil citar alguém que agiu diferente recebendo a mesma ofensa. Será que agiu mesmo? Ou é mais dissimulado e espera o momento para dar um golpe fatal e certeiro? Ou planejou vingança e recuou por covardia?Só sei que já derramei rios de lágrimas anos a fio por ser boazinha, pensar primeiro nos outros, não saber negar nada, confiar em todo mundo... já me prejudiquei por causa de terceiros, por sempre pensar em mim por último e querer mover céu e terra para ajudar todo mundo. São muitas feridas na alma, mas não deixarei nunca mais alguém me ferir sem dar o troco à altura! Vou passar por cima de quem se atravessar no meu caminho!Aplicarei a Lei de Talião! Todos se acham no direito de me ferir, magoar, julgar, pisar, mentir, trair e ainda dizer que isso não é crime!! Na lei dos homens pode não ser, mas existe a Justiça Divina. Por que podem me usar, enganar, subestimar minha inteligência com mentiras vis, aproveitar-se de mim até a última gota de sangue, tirar de mim o que eu tinha de mais precioso e tenho que baixar a cabeça e aceitar passivamente sem ter o direito de urrar como uma fera ferida no peito, avançar no meu algoz e cravar as unhas e os dentes para extravasar minha dor?  Expressar minha opinião, dizer que A ou B é vulgar, sem classe, analfabeta, sebenta, horrorosa, é crime!!Desde quando falar a verdade é crime? E onde está a liberdade de expressão? Depreciam até o presidente do país em público e não respondem por isso, porque estamos num país livre, e por que se eu  disser que uma mulherzinha tem o nome quenga na testa vou responder por isso? Que justiça é essa? Pois agora chega! Deixem de ser covardes e assumam seus erros! Parem de tentar justificar um erro com outro! "Remédio indicado pra quem tá errado é pedir perdão"
Polícia é para bandido! Justiça existe para todos! Sedução pode ser crime! Iludir um inocente pode ser crime! Usar alguém em benefício próprio pode ser crime! Coagir a não falar com as pessoas, a não ir a tal lugar, pode ser crime! Tudo depende do referencial! Matar alguém em vida é crime com certeza, talvez não na lei dos homens, mas na Lei de Deus não tenho dúvidas. E vai responder por isso. Não crer em Deus não fará com que Ele deixe de existir e de ser Juiz e Advogado dos atingidos covardemente. Quando eu estiver no topo, bem no alto, vou olhar pra baixo e não verei nem a sombra de gente pobre de espírito e sem escrúpulos, que não assume seus erros, sua covardia e pisa quem está no chão, com ajuda de gente ainda pior, que veio de lugar nenhum e vai chegar a lugar nenhum também porque gente mesquinha e incompetente não progride. Esqueçam que existo porque para mim vocês são menos que nada, são vermes asquerosos, mas não pensem que terão paz e felicidade porque não se constrói felicidade destruindo vidas. Essa é a lei da vida.
"Eu sei que vai ser duro mas tenho que esquecer: VOU JOGAR FORA NO LIXO!"
Bichos Escrotos
Saiam dos esgotos
Bichos!
Baratas!
Ratos!
Pulgas!
Onçinha pintada
Vão se fuder!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Jamais esqueço quem me fez o bem, nem traio a sua confiança!


Tenho inúmeros defeitos, sempre digo isso! Mas a ingratidão não é um deles. Nunca esqueço  quem me fez algum bem. Sou imensamente grata a vida inteira, por gestos, palavras, olhares, atos, praticados por tanta gente que já passou em minha vida! Não importa o tamanho, ou a intensidade do bem que me foi feito, mas o bem em si! A bondade da pessoa que o ofertou! A ex-cunhada que dividia a cama comigo nas várias vezes em que eu pernoitava em sua casa. A vizinha que bate em minha porta pra me dar bolo, caranguejo, camarão! A estagiária que ficou com meus alunos quando precisei sair mais cedo. A colega que me socorreu quando fiquei tonta na quadra. Os funcionários que me carregaram no colo de tão tonta que estava. O pessoal da secretaria, que se mobilizou enquanto eu vomitava absurdamente e gemia de tanto mal estar. A colega que me levou ao hospital. A ex-aluna que foi comigo às duas juntas médicas dar entrada na licença e viajou comigo para que eu me restabelecesse. A amiga que me recebeu em casa  de braços abertos, dividiu comigo a cama, ofereceu apoio e carinho pacientemente, durante 15 dias. A nova amiga que me abriu as portas de sua casa, sem me conhecer, e me fez sentir acolhida e protegida. Ao marido dela que também me acolheu sem reservas e até fez um delicioso cuscuz para nosso jantar e que correu quando um copo se quebrou em minhas mãos, durante a lavagem, para ver se havia me ferido. O professor que aprovou meu filho, para que ele não fosse reprovado direto, mas ficasse em progressão, e não abandonasse os estudos de vez. Os amigos que me mandaram torpedo de conforto quando perdi meu pai. Os que me confortaram quando perdi meu sobrinho. A amiga que foi ao enterro, mesmo que isso lhe tenha causado grande dor por lembrar a morte de sua filha um ano antes. Os colegas que não me deixaram desistir de me inscrever na especialização por achar que não daria tempo de providenciar a documentação. O funcionário que se comoveu e me entregou, de graça e na hora, o histórico que era pago e levaria dias para ficar pronto. Graças a eles já concluí o curso. O amigo que me conseguiu um jantar no Spettus com o cantor Daniel. São apenas exemplos porque não haveria espaço, nem tempo, para contar todo o bem que recebi ao longo da vida. Minha "ex-futura-sogra" me ensinou que 'favor não se paga'. Ela dizia que ao pagar um dinheiro emprestado, por exemplo, estava devolvendo a importância recebida mas não estava pagando o favor, porque esse não tem como ser pago. Eu era muito jovem mas compreendi e assimilei o que ela queria dizer. Não tenho como pagar a disponibilidade, a generosidade, o amor, o carinho,  a atenção, o desprendimento ..................
Tentarei nomear  algumas pessoas aqui citadas. Muito obrigada Sheyla, Rosana, Camila, Lucinha, sr. Roberto, Tânia, Zezé, outra Rosana, Amanda, Marisa, Fabrícia, Júnior, outro Júnior, Grazi, Edgar e Edvaldo, Iracy, Josilma e Edvaldo, Aldo César, Eliane!Vocês têm minha eterna gratidão e podem contar comigo sempre, mas não tenho a pretensão de  pagar a bondade recebida! Mesmo que a vida nos leve a lugares distantes, caminhos diferentes, creiam que, enquanto vida eu tiver, o bem que me fizeram perdura em meu core e se espalha ao meu redor. Quando eu me for dessa vida, o registro já está feito para que não caia no esquecimento. Não recolha suas mãos, negando ajuda! Estenda-as a quem precisar. "As mãos que você hoje ajudar a levantar, vão aprender a amar e um dia levantar alguém que pode até mesmo ser você".
Obrigada de coração e creiam que sou leal aos meus amigos e não uso, engano ou traio os que em mim confiam e me abrem seus braços! Meus pais não me deixaram herança material, mas me deixaram  exemplos de caráter, solidariedade, lealdade, honestidade, honradez e generosidade!

"NA AREIA SE ESCREVE A OFENSA PARA QUE PASSANDO O VENTO A LEVE... NAS PEDRAS SE ESCREVE O QUE DE BEM NOS FAZEM PARA QUE NEM O VENTO, A CHUVA OU O SOL APAGUE!"

sábado, 13 de novembro de 2010

FLIPORTO


Em seis anos dedicados ao debate da literatura, a Fliporto se consolida  como lugar da mediação e da convergência de discussões em torno de nossa construção cultural. É o espaço ideal para debater as novas configurações identitárias, a própria conformação do povo brasileiro e os grandes dilemas e conflitos contemporâneos.

O encontro - que esse ano deixa o balneário Porto de Galinhas para se intitular Festa Literária Internacional de Pernambuco – presta ainda uma justa homenagem à escritora Clarice Lispector. Além da mudança de nome, a Fliporto 2010 muda de residência coerentemente migrando para Olinda, emblemática como patrimônio histórico e cultural da humanidade. Sua marca se transfigura preservando a essência do ‘porto’, o espaço em que viajantes e nativos se misturam, trocando suas riquezas e misturando artefatos. É o maior porto literário do nosso vasto mar cultural que é o Nordeste.

Sob o tema Literatura e Presença Judaica no Mundo Ibero-americano, a sexta edição recebe entre os nobres ‘marinheiros’ os autores brasileiros Arnaldo Niskier e Moacyr Scliar. Entre os especialistas em Clarice Lispector estão os biógrafos Nádia Gotlib e o americano Benjamin Moser, esse último responsável por “Clarice,”, lançado em 2009. Além deles há os nomes de François Jullien, Marck Dery, Camille Paglia, Ricardo Piglia, Alberto Manguel, Richard Zimler, Ronaldo Vainfas, Contardo Calligaris, Ronaldo Wrobel, Adriana Armony e Guilherme Fiúza. Os pernambucanos José Luiz Mota Menezes e Luzilá Gonçalves também participam da festa.

Cinema, artes plásticas, música e tecnologia também encontram amplo debate na Fliporto 2010. Hoje, a Fliporto se impõe enquanto um evento dinâmico, que envolve toda a comunidade literária de Pernambuco e dos estados vizinhos, oferecendo uma intensa programação alinhada ao melhor de nossas letras.

Fonte: http://feiradolivrope.blogspot.com/p/fliporto.html

Pena que não estarei lá, em virtude de estar descansando em Maragogi, um paraíso de sol e mar. Gostaria imensamente de participar de tudo e de rever dois queridos professores com quem tive a honra de estudar na UFPE: Luzilá Gonçalves e Marcus Accioly, além de 'limpar a vista' com o lindo Evaristo Filho, que conheci criança, kkkkk! Aproveitem! "Saber não ocupa lugar"! Vamos ler, pessoal! Quem lê muito, não assassina nosso idioma, a 'língua de Camões', a 'última flor do Lácio', inculta e bela!!!


Bete Cavalcanti

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Saga do covarde e da Jezabel



Já me falaram que o ser humano é capaz de tudo mas sempre me surpreendo com certas atitudes de alguns seres que se dizem humanos mas no fundo são monstros disfarçados. Como é possível
alguém receber uma quantidade infinita de amor, companheirismo, atenção, dedicação, solidariedade, generosidade, desprendimento, amizade, enfim, tudo de bom que alguém tem pra ofertar, desfrutar de tudo sem constrangimento, por muitos anos, mas sem corresponder à altura e , um belo dia, conhecendo outra fonte de benesses, partir sem olhar pra trás, abandonando à própria sorte sua antiga benfeitora, sem se importar se levava uma parte daquele core cheio de amor ou se feria mortalmente a pessoa que antes, segundo ele, era muito importante em sua vida? A ilustração que me vem à mente é a de um garoto sapeca que risca, rabisca, desenha, pinta, faz o que quer numa folha de caderno e depois acha que aquilo não presta mais. Então, arranca a folha, amassa com bastante empenho até reduzir ao mínimo possível e depois atira bem longe com toda força. Ninguém há de condenar o garoto, claro! Mas o que dizer de fazer isso com uma pessoa? É normal? Natural?É humano?É atitude de gente que tem o core bondoso, generoso, justo, grato? E ainda se acha muito correto, honesto, leal. E o que aconteceu com quem sofreu essa agressão? Adoeceu, baixou hospital, desesperou-se, ficou sem chão. Sentindo-se a pior das criaturas, humilhada, traída, rejeitada, ferida certeiramente no peito, agiu como uma fera ferida. Reagiu com fúria e quis atingir quem lhe causou tanta dor e sofrimento. Na verdade, erradamente, quis atingir o terceiro vértice do triângulo. Xingou, praguejou, disse um bocado de coisas desagradáveis... Que atire a primeira pedra quem passa por um processo desses e simplesmente age com toda generosidade do mundo, segue sua vida como se nada tivesse acontecido! Só quem está no olho do furacão entenderá e não condenará. Mas o ofensor não se sentia como tal e astutamente se pôs no papel de vítima, de ofendido e reagiu violentamente ao ataque da fera ferida. Mandou que virasse a página, que seguisse a vida, sempre com frieza total e muita indiferença. Quis ditar regras, dizer com quem ela podia falar, onde podia ir, como se tivesse esse direito. Ela se rebelou e fez ao contrário, claro. Quem ele pensa que é? Age com vileza, deslealdade, mesquinhez e ainda quer proibir seu trânsito em lugares públicos. Irado porque ela ousou desafiá-lo e esteve num desses locais 'proibidos', mesmo quietinha, sem fazer mal algum, alguém avisou e ele ligou com estupidez dizendo que estava a caminho da delegacia para dar queixa de assédio moral. Desconheço assédio moral sem que haja relação de poder entre vítima e agressor. Mas ele agiu assim e agora resta esperar a intimação e se defender. E ainda diz que não pode ver sua dignidade ir pelo ralo. Que dignidade? Que caráter possui quem expõe à vergonha, à humilhação pública uma pessoa que lhe deu o melhor de si durante anos a fio? Ou esse ato caracteriza falta de caráter? Que decepção ela sentiu. Covarde é o adjetivo que me parece adequado a quem não assume seus erros, não suporta ser confrontado e procura prejudicar alguém mais frágil que pode pagar com a vida por essa denúncia. Mas certamente ele não se importa com isso. Afinal essa morte seria se livrar definitivamente desse espinho na carne. Essa morte seria o fim de alguém que lhe mostra o quão fraco e desprezível ele é. Alguém que lhe diz que é um vampiro que suga o que a pessoa tem de melhor e depois descarta. Que lhe diz que é covarde, medroso, injusto, ingrato, cruel, frio e insensível. Mas como às vezes existe justiça nesse mundo, ela terá o direito de se expressar e contar sua história. Quem sabe ao escutar a verdadeira versão dos fatos e o motivo de atos impensados, mas que só ficaram em palavras, a situação seja invertida? Ela também pode prestar queixa por coação, constrangimento, ameaça. A vingança é uma via de mão dupla, da mesma forma que a vida. Cada um dará conta de seus atos. Não se pode construir felicidade sobre a infelicidade dos outros. É preciso ter cuidado para preparar o terreno, deixar tudo arrumadinho, para depois seguir em busca do seu caminho. Mas atropelar as pessoas sem dó nem piedade, friamente, arrogantemente, deixando para trás sem cuidado algum quem daria a vida para que o outro fosse feliz, é perigoso. A vida se encarrega de dar o troco. Agora ele está cego e só toma a defesa da intrusa. Quando o encanto, feitiço, macumba, bruxaria, seja lá o que for, passar, pode não restar mais nada. A pessoa vai acordar e ver quão grande engano cometeu. Jogou fora um amor sólido, sincero, puro, imenso, generoso, por uma ilusão, uma simples paixão. Quando a paixão acaba, nada mais resta. Ela não deixaria que ele agisse com tamanha maldade se estivesse ao lado dele. Mas como quem está ao lado agora é alguém com o mesmo 'caráter' certamente incentivou e aplaudiu, afinal se sente a rainha intocável. Acontece que quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho. Todos têm um 'Calcanhar de Aquiles'. Nossa protagonista não queria ferir seriamente ninguém, apenas causar a mesma dor em quem a feriu. Mas tamanho ato de covardia e crueldade, a deixou livre para disparar flechas certeiras que não causarão apenas humilhação e vergonha, como depor numa delegacia e talvez prestar serviço numa creche, mas podem acarretar rescisão, desligamento, quem sabe? Afinal, que pai quer seu filho com uma professora de conduta moral duvidosa e que comete bárbaros erros de língua portuguesa?No mínimo, haverá investigação e constrangimento. Ninguém pode destruir uma vida e ficar impune. É a lei da vida. "Tens que colher o que plantaste, é lei divina, é lei de Deus"


Por Bete Meira Cavalcanti
Qualquer semelhança com fatos da vida real, é mera coincidência

domingo, 7 de novembro de 2010

COMO É AMARGA A AMARGURA!- Oliveira Fidelis Filho


O disparador foi o silêncio! 
O barulho daquele silêncio foi suficientemente alto para acordar minhas fraquezas, projetar minhas sombras e atiçar minha agressividade. 
No discurso psicanalítico, o silêncio e a imagem falam mais do que mil palavras. O que geralmente me remete à poética declaração do Rei Davi quando em alusão à Criação declara: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de Suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento à outra noite. Não há linguagem nem palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a Terra se faz ouvir a Sua voz...". No silêncio, a Natureza - interna e externa -  revela sua essência divina e nos fala do Criador.
O silêncio ao qual me refiro, entretanto, não veio da Criação ou de um espaço no qual o inconsciente se revela no discurso de um cliente em uma sessão analítica. Antes fosse!
Refiro-me ao silêncio de um próximo que, embora geograficamente distante, foi capaz de impor a rendição do amor em mim, abrir os portões dos porões do ego, soltar os bichos que pensava não mais existirem. Emergindo do profundo oceano de meu inconsciente, eles atracaram e tomaram de assalto as praias até então tranquilas de minha consciência. Faço alusão ao silêncio que me permitiu enxergar em mim, com clareza solar, os monstros que se escondem sob a sombra dos vales da inconsciência, que me fez ficar cara a cara com os meus próprios demônios e percebê-los vivos e atuantes, não no planeta terra, mas nos estreitos espaços de minha existência. Enfim, um silêncio que muito mais do que revelar o Outro no outro, revelou o Outro em mim.
Que angustiantes foram as sensações! 
O estômago sentiu-se como se atingido simultaneamente por um cruzado de direita e outro de esquerda, por um boxeador peso pesado. Senti-o comprimir e contorcer; fui tomado por náuseas e por pouco não vomitei.
Meus sentimentos eram uma mistura indigesta de orgulho ferido, impotência, ultraje, injustiça, ira, ódio e ressentimento. Mergulhado em autocomiseração, desci às profundezas do inferno. 
Os pensamentos entraram em colapso, a luz se apagou, o discernimento tirou férias, e foi imposto o toque de recolher à racionalidade. 
A sensibilidade e flexibilidade deram lugar ao embrutecimento enquanto a reatividade, de posse da procuração outorgada pelo orgulho e pela vaidade, portava-se inquestionável em seus direitos. Entretanto, tal qual a seiva, que jorrando de um pinheiro ferido se transforma em âmbar petrificado, mumificando a vida que nele há, semelhantemente senti enrijecer meu peito e meu coração. 
Talvez nenhum de meus leitores experimente tais provas de falta de expansão de consciência e de espiritualidade... Quem sabe sejam todos seres amorosos, harmonizados, banhados de luz e movidos por amor... Podem jamais ter experimentado tal descompensaçao... Podem, entretanto, ter algum amigo que já passou ou passe por esta experiência...
Brincadeiras à parte, quanto a mim, deixando-me agredir por um estrondoso silêncio, projetando meu mapa interpretativo e alucinações na pessoa que simplesmente silenciou, sucumbi ao poder da amargura. Felizmente, percebi rápido o que estava acontecendo; buscando no meu próprio silencio o apaziguamento dos conflitantes pensamentos e sentimentos, repovoando de Amor e Luz minha consciência com a ajuda da meditação orei ao meu Deus movido por gratidão e devolvi a alma o seu bem mais precioso, a Paz. 
No meu livro RENASCENDO DAS CINZAS, nas primeiras páginas do capítulo dois, busco descrever os estragos oriundos da amargura. Entre outras ponderações, afirmo que a amargura é um veneno caríssimo porque é feito do nosso sangue, de nossa saúde, de nosso sono; implacavelmente ela consome quem dela se alimenta. É o câncer da alma com potencial para se converter na "alma" do câncer.
Na Bíblia, há dois textos que descrevem didaticamente a amargura. O livro de Hebreus traz a seguinte narrativa: "... Nem haja alguma raiz de amargura que brotando vos perturbe e, por meio dela, muitos sejam contaminados".   No livro de Salmos, o poeta e músico Asafe declara: "Quando o coração se me amargou, e as entranhas se me comoveram, eu estava embrutecido e ignorante, era como um irracional a tua presença."
Estas citações bíblicas deixam evidentes as perturbações psicossomáticas que possuem na amargura sua raiz. A defesa imunológica está estreitamente vinculada ao perfil emocional. Quando a Bíblia adverte para não deixarmos o Sol se por sobre nossa ira, alertando que devemos manter um coração perdoador, e que devemos eliminar toda a raiz de amargura, o objetivo nos é por a salvo dos prejuízos que os sentimentos negativos impõem às mais variadas áreas da existência. Encontramos, ainda, no livro de Salmos, a abençoadora recomendação: "Não fique com raiva, não fique furioso. Não se aborreça, pois isso será pior para você" e o sábio rei Salomão adverte: "controle sempre seu gênio; é tolice alimentar o ódio". 

Podemos argumentar exaustivamente que temos razões de sobra para alimentar a mágoa, o ressentimento e o ódio. É perfeitamente possível que tenhamos sido vítimas de injustiça, traição, ingratidão, rejeição, violências verbais ou físicas terríveis. Entretanto, com ou sem razão, a amargura é uma brutalidade a mais que infligimos a nós mesmos. 
As raízes da amargura fecham as cortinas da alma impedindo que o Sol da Justiça ilumine e aqueça o coração. Elas obstruem as tubulações da existência, impedindo que a brisa refrescante da graça de Deus refrigere nosso interior. A amargura descolore a vida e poda as asas dos sonhos. Aprisiona-nos na areia movediça da murmuração e do ressentimento, roubando, matando e destruindo a alegria de viver. A amargura aprisiona nossos olhos no passado, deixando-nos paralisados. 

Manter, de forma continuada, sentimentos de ira, ressentimentos, mágoa, enfim, manter a alma cativa pela amargura é bloquear as fontes da alegria, da paz, da vida plena e abundante. 

É necessário compreender que não são as ações ou omissões sofridas, silêncio ou palavras ouvidas, ou mesmo ações praticadas contra nós, que geram amargura. Ela é produzida em nossos corações e é fruto de nossa reação, esvaziada de amor, àquilo que nos acontece.   

Ao coração infectado pela amargura o perdão é imprescindível. O perdão produz assepsia mental e emocional. Quem perdoa investe em si mesmo, faz opção pela vida. "Nós precisamos começar a amar para não adoecer" afirmou Sigmund Freud e, onde existir amor existirá perdão. 


Texto revisado 
por Oliveira Fidelis Filho - fidelisf@hotmail.com   Teólogo Espiritualista, Psicanalista Integrativo, Administrador,Escritor e Conferencista, Compositor e Cantor.