terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Concepções de linguagem alteram o que e como ensinar

Entenda por que a prática diária da leitura e a escrita, em atividades mediadas pelo professor, são fundamentais quando se considera a linguagem como forma de interação social

PAPEL DE ESCRIBA Eleger um jovem para escrever as produções orais incentiva a construção coletiva. Foto: Drawlio Joca
PAPEL DE ESCRIBA Eleger um jovem para escrever as produções orais incentiva a construção coletiva
Na década de 1970, uma transformação conceitual mudou as práticas escolares. A linguagem deixou de ser entendida apenas como a expressão do pensamento para ser vista também como um instrumento de comunicação, envolvendo um interlocutor e uma mensagem que precisa ser compreendida. Todos os gêneros passaram a ser vistos como importantes instrumentos de transmissão de mensagens: o aluno precisaria aprender as características de cada um deles para reproduzi-los na escrita e também para identificá-los nos textos lidos.
Ainda era essencial seguir um padrão preestabelecido, e qualquer anormalidade seria um ruído. Para contemplar a perspectiva, o acervo de obras estudadas acabou ampliado, já que o formato dos textos clássicos não servia de subsídio para a escrita de cartas, por exemplo.
Segundo a pedagoga especializada em linguística, Kátia Lomba Bräkling, nessa concepção, a língua é um código e escrever seria o exercício de combinar palavras e frases para formar um texto. Assim, o ensino precisava focar prioritariamente as estruturas – os substantivos, os verbos, os pronomes, etc. – que compõem a língua e seus usos corretos.
Em pouco tempo, no entanto, as correntes acadêmicas avançaram mais. Mikhail Bakhtin (1895-1975) apresentou uma nova concepção de linguagem, a enunciativo-discursiva, que considera o discurso uma prática social e uma forma de interação - tese que vigora até hoje. A relação interpessoal, o contexto de produção dos textos, as diferentes situações de comunicação, os gêneros, a interpretação e a intenção de quem o produz passaram a ser peças-chave.
A expressão não era mais vista como uma representação da realidade, mas o resultado das intenções de quem a produziu e o impacto que terá no receptor. O aluno passou a ser visto como sujeito ativo, e não um reprodutor de modelos, e atuante - em vez de ser passivo no momento de ler e escutar.
Essas ideias ganharam suporte das pesquisas que têm em comum as concepções de aprendizagem socioconstrutivistas, que consideram o conhecimento como sendo elaborado pelo sujeito, e não só transmitido pelo mestre. Entre os principais pensadores estão Lev Vygostsky (1896-1934) - que mostrou a importância da interação social e das trocas de saberes entre as crianças - e Jean Piaget (1896-1980) - pai da teoria construtivista.
Nos anos 1980, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, autoras do livro Psicogênese da Língua Escrita, apresentaram resultados de suas pesquisas sobre a alfabetização, mostrando que o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados que têm em sua mente. Em seguida, as pesquisas de didática da leitura e escrita produziram conhecimentos sobre o ensino e a aprendizagem desses conteúdos.
Hoje, a tendência propõe que certas atividades sejam feitas diariamente com os alunos de todos os anos para desenvolver habilidades leitoras e escritoras. Entre elas, estão a leitura e escrita feita pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma (enquanto eles não compreendem o sistema de escrita), as práticas de comunicação oral para aprender os gêneros do discurso e as atividades de análise e reflexão sobre a língua.
A leitura, coletiva e individualmente, em voz alta ou baixa, precisa fazer parte do cotidiano na sala. "O mesmo acontece com a escrita, no convívio com diferentes gêneros e propostas diretivas do professor. O propósito maior deve ser ver a linguagem como uma interação", explica Francisca Maciel, diretora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Ceale), em Belo Horizonte.
O desenvolvimento da linguagem oral, por sua vez, apesar de ainda pouco priorizado na escola, precisa ser trabalhado com exposições sobre um conteúdo, debates e argumentações, explanação sobre um tema lido ou leituras de poesias. "O importante é oferecer oportunidades de fala, mostrando a adequação da língua a cada situação social de comunicação oral".
Trecho adaptado da reportagem O papel das letras na interação social.

Revista Nova Escola

Não quero viver de migalhas

Não quero viver de migalhas

Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada (02-02-1014)

Não quero ter suas horas de folgas ou suas palavras ligeiras, teus pensamentos cortados, teus desejos interrompidos, tua vontade negada, suas frases de saudade ou seus sentimentos congelados.

Não quero seus olhos distantes nem seu cheiro ausente, teu sabor de ontem, tua alegria de momentos passados, não quero viver de esperanças nem do já sentindo, quero sentir tudo outra vez.

Não mereço o teu sentimento e viver com a tua distância, não quero o pouco do teu amor uma vez que já tenho o muito do muito da minha dor, o muito da tua falta, a tua imensa ausência, do teu não estar aqui.

 Não suporto o silêncio da sua voz e ficar com o barulho dos meus sentimentos, a bagunça das minhas lembranças e a organização do que não temos mais,  quero as tuas horas presentes e futuras, quero os seus sorrisos de amanhã e tuas melhores alegrias do futuro, tuas horas de agora, teus dias de sempre.

 Quero tua preguiça gostosa, tua fome intensa, sua sede maior, o teu maior cansaço, quero o calor dos seus braços e o frio dos seus pés, o cheiro do teu corpo e o brilho do seu olhar, não quero as tuas portas fechadas, teus telefones desligados, meus e-mails não respondidos, tua voz calada, sua lágrima escondida, tua dor disfarçada.
 Não suporto a solidão de nós dois, de não nos termos, havermos, sermos, estarmos, nos amarmos, desejo a tua presença, as tuas carícias, tuas reclamações mais duras, suas críticas, nossas brigas, nossas intrigas, tuas acusações, teus perdões, tuas voltas, nossos momentos, nossas horas, nossos dias, nosso amor, nossa maior dor. 

Não quero o teu amor sem o teu corpo, ou o teu coração sem os seus beijos, menos ainda seus pensamentos e sentimentos sem a tua presença, quero você comigo, sem limites pra mim, não quero os seus restos, antes anseio pelo seu todo, prefiro morrer, jovem ainda, a viver sem te ter, já me bastam as lembranças e saudades, não quero as faltas e ausências, estas já as tenho demais, em mim, comigo, até quando? Não sei dizer. ..

É preciso sentir a dor do outro

É preciso sentir a dor do outro
Ronaldo Magella – professor, poeta, escritor, blogueiro, radialista, jornalista e mais nada.
14/06/2013

A gente sempre tem solução pra tudo, ah, é simples, faça assim, faça isso, mas quando acontece com a gente parece que tudo que era tão fácil, simples e leve agora ficou muito complicado, difícil e pesado de carregar, pois agora está em nós, o que antes era em outros e a gente sorria e dizia, levante essa cabeça, agora está em nossa porta e a gente não sabe como dizer não, mandar embora, deixar partir.

A gente nunca acha que vai acontecer com a gente, mas parece que a vida já tem o seu roteiro, tudo já está traçado e ela fica nos espreitando, esperando pelo nosso momento, já sabemos que todos iremos morrer, nós e os outros, isso a gente entende, a gente só não aceita quando acontece, já sabemos que tudo irá passar, a dor, tudo, é só esperar pelas horas, pelos dias, mas quando está doendo em nós parece que nunca vai ter fim, nunca vai terminar.

A gente sempre pede pras pessoas compreenderem, entenderem, pensarem melhor, bem, mas quando é com a gente tomamos decisões radicais, não dá mais, não quero, pronto, não suporto mais, é simples quando não está em nossa cabeça nem em nosso coração, é difícil viver o que nos acontece, é fácil solucionar o que não estamos a sentir, aquilo que apenas olhamos sem nos afetar, temos saída pra tudo, menos pra nossa própria vida.

Daí então você começa a perceber e precisa entender a dor dos outros, seja ela qual for, pois se pra mim, pra você, venha a ser algo simples de se resolver, e sempre é, pois não estamos a passar pelo momento, para o outro não é, toda dor, todo sofrimento sempre é muito individual e particular, é muito de cada um, e cada um sabe o que pode suportar, o que pode viver.

Só vivendo e sentindo a dor do outro é que vamos entender o que ele está a passar, não adianta pensar, dizer que entende, compreende, não, apenas temos uma noção, só quem vive passa é quem sabe a dor que lhe angustia. Por isso é preciso muito respeitar os outros em suas existências, momentos, em suas vidas, em suas dores, pois se pra mim é algo pequeno, suportável, e só o é, porque não estou a sentir, pra ele talvez não seja e nunca iremos saber.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Dor da perda

Não existem palavras, línguas, gestos ou mesmo pensamentos que possam expressar a dor da perda. Ela é tão profundamente dolorida e fere a alma com esmero desmedido, cortando lenta e dolorosamente com o lado cego da faca.
A dor é fenomenal, incrivelmente dor, extraordinariamente dor, fatalmente dor. É dor, dor, dor, somente dor. E não cede, não acalma, não dá trégua. E a alma se contorce, revolve, chora, berra e geme em lamentos surdos, que tomam o corpo, que fazem cambalear e entontecer o espírito.
A dor da perda não tem som, não tem voz, e invade o âmago do ser silenciosa e cruelmente fazendo doer e adoecer o corpo. Massacra a alma a tal ponto de tudo ao redor perder o sentido. Tudo. Tudo perder o sentido e o brilho da vida.
Os olhos olham mas nada veem, os ouvidos ouvem sem nada ouvir, os braços caem sem sentir qualquer amparo, qualquer sussurro de compreensão, de entendimento. Somente o gosto do sangue da dor é percebido no fundo do coração que sangra, falece e se afunda no fundo da terra, do pó.
E tudo vira dor profunda e cortante como o fio de uma navalha. Os sentidos perdem a razão de ser. Robotizamos o corpo e caminhamos, perdidos e anestesiados de lá prá cá, de cá prá lá, desnorteados, confundidos, atordoados e completamente perdidos de nós mesmos. Esquecidos de tudo e de todos, menos da dor que rasga, dói e arranha o coração até o sangue jorrar em lágrimas profusas e gritos inaudíveis.
A dor da perda cala fundo e faz sepultura da alma onde desejamos ardentemente nos enterrar, em silêncio absoluto, em escuridão infinda, em adormecer eterno. Faz desejar a morte e buscar o fim de tudo, inclusive de si mesmo, para calar... a dor...
Não existem palavras que definam a intensidade da dor da perda. Ela é tão incrivelmente dor que perdemos a definição e a expressão do que sentimos. Nada mais importa. Nada. A dor da perda é pesada demais. Impossível de se carregar solitariamente.
Por isso, por tudo isso, havemos de buscar forças para suportar a dor da perda, por mais profunda, pungente e dolorida que seja, por mais aterradora e insensível...
Havemos de nos resguardar da dor, de acordar e lutar para viver, mesmo a alma em soluços, mesmo que o espírito, anestesiado pela dor, perca a vontade de lutar e continuar a viver... havemos de nos resgardar da dor no alento dos braços do amor, que é o único que torna possível tudo, por ele, com ele, suportar..

8 dicas para cuidar de uma pessoa com depressão

A depressão é uma das doenças mais recorrentes do século XXI, afetando homens e mulheres de todas as idades. Quem sofre de depressão parece ter estagnado, não encontra forças para enfrentar o quotidiano e chega a pensar que a vida não tem qualquer significado. Lidar com uma pessoa que apresenta esses sintomas não é fácil, mas também não é impossível.
Abaixo, leia 8 dicas que auxiliam nos cuidados de uma pessoa com depressão

1. Compreender a doença.

 A depressão é uma doença como qualquer outra e a melhor forma de lidar com uma pessoa deprimida é saber exatamente quais os efeitos que a depressão causa no doente, o que este sente e qual a melhor forma de lidar com tudo isso. Ler muito sobre o assunto, acompanhar a pessoa ao médico, participar em comunidades reais ou virtuais que falem sobre o assunto são as principais formas de compreender para poder auxiliar nos momentos angústias e necessidades da pessoa doente. Não saber o que é uma depressão e de que forma se manifesta, dificulta a compreensão dos comportamentos da pessoa.

2. Apoio emocional.

A depressão não é uma doença que passa de um momento para o outro, ou seja, demora tempo a passar – meses e, em alguns casos, até anos. Durante esse tempo, aquilo que a pessoa deprimida mais necessita – para além do acompanhamento médico – é o apoio emocional de quem a rodeia. Compreensão, paciência e carinho são os factores chaves para quem está a cuidar de uma pessoa com esse quadro. Mostre empatia, seja um bom ouvinte, dê muitos abraços e, quando na dúvida sobre o que fazer ou dizer, pergunte sempre: “como posso ajudar?”. lembre-se que não existem respostas prontas para nada.

3. Saber distinguir a pessoa da doença.

É muito difícil lidar com e ajudar uma pessoa com depressão, principalmente quando ela expressa emoções tão intensas como a tristeza, pessimismo, raiva e frustração. Faça o possível para se lembrar que é a doença que está a falar e não a pessoa. Evite tentar convencer a pessoa que aquilo que ela sente não é real e que ela pode simplesmente “animar-se” para que isso passe. Em vez de dar conselhos e sugestões, mantenha-se neutro, ouça e ofereça-se para ajudar naquilo que for preciso.

4. Delinear um plano.É muito difícil lidar com e ajudar uma pessoa com depressão, principalmente quando ela expressa emoções tão intensas como a tristeza, pessimismo, raiva e frustração. Faça o possível para se lembrar que é a doença que está a falar e não a pessoa. Evite tentar convencer a pessoa que aquilo que ela sente não é real e que ela pode simplesmente “animar-se” para que isso passe. Em vez de dar conselhos e sugestões, mantenha-se neutro, ouça e ofereça-se para ajudar naquilo que for preciso.
Ninguém pode ficar sentado em casa à espera que a depressão passe por si só ou que os medicamentos façam o seu efeito de um dia para o outro – se assim for, ela nunca desaparecerá. É preciso delinear um plano de ação em conjunto com a pessoa: é preciso saber quais são as coisas que parecem piorar a depressão e evitá-las, mas também perceber quais as atividades que dão um novo alento à pessoa e repeti-las. Outros cuidados básicos que podem melhorar a qualidade de vida de uma pessoa que está passando por isso passam pela toma adequada dos medicamentos, fazer uma dieta alimentar saudável, dormir o suficiente, praticar exercício físico, participar de terapia individual ou de grupo e ter algum tipo de agenda social. A depressão não precisa ser uma doença incapacitante e é preciso vencê-la, um passo de cada vez.

5. Tempo de qualidade juntos.

É crucial que a depressão não domine a vida da pessoa e nem a daquelas que diariamente convivem com essa pessoa. Quais são as coisas que normalmente fazem juntos? Façam-nas! Quantas mais vezes, melhor. A diversão é um dos melhores remédios para a depressão. Num estado de depressão é extremamente importante manter uma vida o mais normal e otimista possível. Normal é bom – não deixe que a pessoa deprimida coloque a sua vida em standby por causa da depressão, isso só deixará o tratamento mais demorado.

6. Tarefas diárias.

Para uma pessoa com depressão, até os gestos e rotinas mais mundanas do dia-a-dia se tornam um enorme suplício – tudo custa, tudo é demais, tudo é fonte de stress e não apetece fazer nada. Uma das formas mais simples de apoiar uma pessoa deprimida é ajudá-la com as suas pequenas tarefas diárias: pode ser algo tão simples como ir buscar as crianças na escola, ajudá-lo a fazer o jantar, na limpeza da casa ou fazer as compras de supermercado. Ficará surpreendido com o efeito positivo que este tipo de ação terá numa pessoa , que se sentirá imediatamente mais aliviada.
7. Sair de casa.
Uma pessoa deprimida tem uma enorme tendência para se desligar do mundo e fechar-se em casa, o que só dificulta ainda mais a situação. Quanto mais tempo a pessoa deprimida se isolar, mais difícil será ela voltar ao “mundo real”. Só o fato de estar ao ar livre e a apanhar sol já é extremamente benéfico, mas pode ainda juntar a isso uma pequena caminhada, uma tarde de jardinagem, um almoço fora ou uma sessão de cinema com um grupo de amigos mais íntimos. Pode custar inicialmente, mas este tipo de atividades são uma lufada de ar fresco que realmente podem fazer diferença.

8. Cuidar de si.

Quem cuida de uma pessoa que está doente, também precisa de se cuidar, caso contrário pode facilmente ficar fisicamente exausto, emocionalmente desgastado e com elevados índices de ansiedade e stress. É crucial que quem cuida de uma pessoa não concentre cada minuto do seu dia nessa pessoa, no seu estado e nos seus problemas – é necessário que continue a levar sua vida, sem abandonar os momentos de lazer, sem sentimentos de culpa. Se sentir que já não consegue mais ou que precisa de uma pausa, peça apoio a um familiar ou amigo e descanse durante uns dias. Se não estiver bem, não será grande ajuda para a pessoa deprimida.

http://www.contioutra.com/8-dicas-para-cuidar-de-uma-pessoa-com-depressao/

Um dó ou uma dó


A palavra dó é um substantivo masculino. Assim, dizer um dó está correto e dizer uma dó está errado. Devemos utilizar o substantivo masculino dó sempre que quisermos referir um sentimento de pena e compaixão que se sente por alguém, por alguma coisa ou por si mesmo, bem como um sentimento de grande tristeza, pesar e luto. Dó significa também a primeira nota musical da escala natural em modo maior.

A palavra dó, quando se referindo ao sentimento, tem sua origem na palavra em latim dolus. É sinônima de compaixão, compadecimento, comiseração, condoimento, consternação, piedade, entre outros.

Exemplos:

Tenho um grande dó das pessoas que passam fome.
Sinto um dó enorme quando ela está chorando.
Não tenho nenhum dó de você.
Uma dó é um erro que ocorre porque se associa, erradamente, a palavra dó às palavras pena, piedade, compaixão, lástima. Contudo, embora sejam palavras sinônimas, dó é um substantivo masculino e as restantes palavras são substantivos femininos.

Exemplos:

Sinto um grande dó.
Sinto uma grande compaixão.
Sinto uma grande piedade.
Fique sabendo mais!
Dó, se referindo a uma nota musical, também é um substantivo masculino. As notas musicais são dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.

Exemplo:

O pianista tocou um dó sustenido.

duvidas.dicio.com.br

domingo, 25 de janeiro de 2015

Nova Ortografia - Acento do ditongo aberto é eliminado somente nas paroxítonas

Por Thaís Nicoleti

Usando uma expressão empregada pelo gramático Evanildo Bechara, a língua portuguesa acaba de receber uma nova "vestimenta gráfica", uniformizando-se em todos os países em que é o idioma oficial.

Uma das alterações que nós, brasileiros, vamos sentir bastante é a supressão do acento agudo nos ditongos abertos em sílaba tônica. Em nosso país, a pronúncia de termos como "heróico", "paranóico", "idéia" ou "assembléia" é marcadamente aberta, diferente, portanto, da pronúncia de termos como "arroio", "joio", "aldeia" ou "sereia".

De acordo com o novo sistema ortográfico, são eliminados os acentos dos ditongos abertos tônicos que se encontram na penúltima sílaba das palavras, ou seja, o acento desaparece apenas nas paroxítonas. Passamos, portanto, a escrever "heroico", "paranoico", "ideia" e "assembleia", todas sem acento.

Palavras oxítonas ("chapéu", "solidéu", "herói", "caubói", "corrói" etc.), bem como os monossílabos tônicos ("céu", "réu", "rói", "mói", "dói" etc.), terão os acentos preservados. É importante observar essa circunstância e ficar atento a seus desdobramentos: por exemplo, não há mais distinção gráfica entre o substantivo "apoio" (pronúncia fechada) e a forma verbal "apoio" ("eu apoio"), de pronúncia aberta no Brasil.

Os topônimos (nomes de lugares) também sofrem alteração. Escreveremos, portanto, Coreia, Jureia, Boraceia, Cananeia, Pompeia etc. "Ilhéus", entretanto, mantém o acento por ser oxítona. Com o tempo, virá o hábito.

'O valioso tempo dos maduros’, Mário de Andrade

“Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo
que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis,
para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos?
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!"
Mário de Andrade

sábado, 24 de janeiro de 2015

Senão ou se não?

Senão ou se não... Qual devo usar?
Senão ou se não... Qual devo usar?
Veja:

Se não der para você vir, não tem problema.

Caso não dê para você vir, não tem problema.

As duas orações acima não têm o mesmo sentido?

Agora, observe:

O que é isso, senão uma briga?

O que é isso, caso não uma briga?

A substituição feita acima de “senão” por “caso não” foi insatisfatória, pois não ficou coerente, não tem sentido!

Logo, percebemos que “se não” e “senão” NÃO possuem o mesmo significado, uma vez que não podem ser substituídos pela mesma expressão.

Use “se não” (união da conjunção se + advérbio não) quando puder trocar por “caso não”, “quando não” ou quando a conjunção “se” for integrante e estiver introduzindo uma oração objetiva direta: Perguntei a ela se não queria dormir em minha casa.

Use “senão” quando puder substituir por “do contrário”, “de outro modo”, “caso contrário”, “porém”, “a não ser”, “mas sim”, “mas também”.

Veja alguns exemplos:

a) Você tem de comer toda a comida do prato, senão é desperdício. (de outro modo)
b) Se o clima estiver bom você vai, senão não vai. (do contrário)
c) Não lhe resta outra coisa senão pedir perdão. (a não ser)
d) Se não fosse o trânsito, não teria me atrasado. (caso não)
e) Não fui eu se não der certo. (caso não)
Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Imoral e amoral

Ultimamente, “imoral” e “amoral” têm sido aplicados para designar um mesmo significado: aquele que não tem moral, ética.

É verdade, os dois termos referem-se à questão moral, no entanto, têm relações diferentes com ela.

Certa vez, Oscar Wilde disse “a arte não é moral nem imoral, mas amoral”! O que isso quer dizer? Vejamos por etapas e tendo por base o dicionário enciclopédico ilustrado Veja Larousse:

Primeiramente, o que é moral? É o que está “de acordo com os bons costumes e regras de conduta; conjunto de regras de conduta proposto por uma determinada doutrina ou inerente a uma determinada condição.”

No mesmo dicionário, moral também é classificada como o “conjunto dos princípios da honestidade e do pudor”. Daí este termo ser tão utilizado em âmbito social, principalmente no político!

Imoral é tudo aquilo que contraria o que foi exposto acima a respeito da moral. Quando há falta de pudor, quando algo induz ao pecado, à indecência, há falta de moral, ou seja, há imoralidade.

Amoral é a pessoa que não tem senso do que seja moral, ética. A questão moral para este indivíduo é desconhecida, estranha e, portanto, “não leva em consideração preceitos morais”. É o caso, por exemplo, dos índios no tempo do descobrimento ou de uma sociedade, como a chinesa, que não vê o fato de matar meninas, a fim de controlar a natalidade, como algo mórbido e triste.

Assim, o que Oscar Wilde quis dizer é que a arte não tem senso do que seja moral, por isso, para alguns, tudo o que é visto não causa assombro, está dentro dos costumes. Já para outros, dependendo do que se vê, é ultrajante, indecente!



Publicado por: Sabrina Vilarinho em Dúvidas de vocabulário

Ao encontro de X De encontro a

As expressões “ao encontro de” e “de encontro a” são diariamente faladas em jornais, revistas, artigos, em conversas telefônicas, e-mails, dentre outros. Contudo, só não são mais utilizadas pelas dúvidas constantes que geram no indivíduo: qual está correta? como empregá-las? qual o significado dessas expressões?

Para não haver mais imprecisão no uso das locuções em questão, devemos nos ater aos seus significados, mesmo porque possuem sentidos contrários. Vejamos:

Ao encontro de: tem significado de “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”, “para junto de”.

Exemplos: Meu novo trabalho veio ao encontro do que desejava. (Meu novo trabalho está de acordo com o que desejava.)Vamos ao encontro de nossa turma. (Vamos para junto de nossa turma)Essa lei vem ao encontro dos interesses da população. (Essa lei vem a favor, em direção aos interesses da população)

De encontro a: tem significado de “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”.

Exemplos: Esta questão está indo de encontro aos interesses da empresa. (Esta questão está indo contra os interesses da empresa).A decisão tomada foi de encontro às reivindicações do sindicato. (A decisão tomada foi oposta às reivindicações do sindicato).O jovem dirigiu bêbado e foi de encontro à árvore. (O jovem dirigiu bêbado e chocou-se com a árvore).

Como podemos perceber, “ao encontro de” tem significado de concordância, de acordo, enquanto que “de encontro a” exprime significado de discordância, de divergência.Logo, quando for usar as expressões abordadas acima, observe antes se o que vai ser dito tem sentido desarmônico ou harmônico.



Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

Dar-se ao trabalho ou dar-se o trabalho?

“Prezado Sérgio, está certo dizer que alguém ‘deu-se AO trabalho’ de fazer alguma coisa? Encontro muito essa frase por aí, tanto escrita como falada, mas acho que seria mais correto dizer que a pessoa “deu-se O trabalho”, isto é, atribuiu o trabalho a si mesma, portanto sem preposição. O que você acha?” (Fernando F. Carneiro)
As duas construções que motivaram a consulta de Fernando são consideradas gramaticalmente corretas.
Isso significa dizer que estamos diante de um caso raro, mas sempre bem-vindo, de “tanto faz”.

Mesmo assim é preciso registrar que a primeira forma, “dar-se ao trabalho”, é considerada preferível por muitos estudiosos, por ser clássica.
A segunda, “dar-se o trabalho”, teria “cunho francês” e seria apenas “aceitável”, nas palavras do gramático Domingos Paschoal Cegalla.
De fato, a construção com preposição encontra muito mais abonações entre os bons autores.
“Nunca me dei ao trabalho de sabê-lo”, frase do cronista Paulo Mendes Campos, é um dos exemplos citados por Cegalla.
Note-se que, embora terminem por dar exatamente o mesmo recado, “dar-se ao trabalho” e “dar-se o trabalho” o fazem por caminhos sintáticos diferentes.
Quem se dá ao trabalho de fazer algo se entrega a ele, se joga nele – o pronome é objeto direto e o substantivo trabalho, objeto indireto.
Já quem se dá o trabalho atribui uma tarefa a si mesmo, como interpreta corretamente Fernando – neste caso o pronome é que é o objeto indireto, cabendo ao substantivo o papel de objeto direto.
Tudo o que foi dito acima se aplica também a expressões como “dar-se ao/o luxo”, “dar-se ao/o incômodo” e “dar-se ao/o respeito”.

Sérgio Rodrigues

6 fatos sobre depressão que todo mundo precisa saber

São Paulo – A depressão fez mais uma vítima nesta semana. De acordo com a polícia da Califórnia, tudo indica que o ator Robin Williams tenha se suicidado por asfixia, na última segunda-feira, aos 63 anos. O vencedor do Oscar por “Gênio Indomável” e artista consagrado por filmes como “Sociedade dos Poetas Mortos” e “Patch Adams - O Amor é Contagioso” lutava contra a depressão e o vício em cocaína e álcool.

A notícia pegou o mundo inteiro de surpresa e levantou a importante questão que gira em torno dessa doença. Se não for tratada a tempo, ela pode ter um desfecho tão triste quanto o de Williams ou do humorista Fausto Fanti, que, no final de julho, também tirou a própria vida, possivelmente, em decorrência do sofrimento psíquico.
Na opinião do médico Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, políticas públicas voltadas para esse problema e um tratamento da mídia sem tabus poderiam ajudar a evitar consequências graves.
“Ao contrário do que se pensa, as pessoas não vão se matar se a mídia falar mais sobre o suicídio. O importante é a orientação sobre isso. Deve-se falar disso para prevenir”, afirma. Todos os anos, a ABP realiza uma caminhada no dia 10 de setembro para lembrar o “dia mundial da prevenção ao suicídio” e, nos locais em que acontece esse tipo de ação, segundo ele, a incidência tem parecido menor.
O psiquiatra diz que, em cada 100 pessoas com depressão grave, 15 cometem suicídio. O número é preocupante, mas pode ser revertido se preconceitos forem combatidos e informações forem divulgadas.
A seguir, você confere fatos que todo mundo deveria saber para lidar melhor com o problema.

Depressão é uma doença, não “frescura”
Uma das principais dificuldades enfrentadas por quem sofre de depressão é entender e fazer com que os outros entendam que ela não é “frescura”, mas uma doença, como hipertensão ou diabetes.
Isso significa que precisa ser tratada por um psiquiatra, capaz de orientar e, se necessário, medicar adequadamente o paciente. A psicoterapia em conjunto pode ser muito útil, mas o tratamento médico é essencial.
Preconceito só atrapalha a cura
“Psiquiatra é médico de louco e eu não estou doido”. Esta frase, lembrada por Silva, resume boa parte do preconceito que ainda existe em torno da depressão, dos transtornos mentais e até mesmo dessa especialidade da medicina. Por vergonha ou medo de que conhecidos fiquem sabendo, pacientes evitam procurar ajuda ou perdem um apoio importante dos entes queridos.
Com um amigo deprimido, não adianta só conversar
Outro efeito nocivo do tabu é a desconsideração da gravidade do quadro. Muita gente acredita, por exemplo, que basta conversar com a pessoa deprimida para resolver o problema. Nada mais ilusório.
É claro que o apoio, o consolo e a compreensão são estritamente necessários, mas frases como “Calma, vai passar” ou “Deixa isso para lá” não acrescentam e, dependendo da situação, podem ser prejudiciais. Se o paciente estiver com ideias suicidas, por exemplo, a melhor forma de ajudar é incentivá-lo a ir ao médico.
E falar coisas como “Poxa, mas você não está nem tentando ficar feliz” ou “Você poderia se esforçar mais para melhorar” é, na opinião do médico, maldade. “Isso é a mesma coisa que, se você usa óculos, alguém pedir para que tire as lentes e ordenar que enxergue tudo sem elas”, afirma o psiquiatra.
Os sintomas podem ser físicos e psíquicos
A tristeza e o desânimo podem ser sintomas da depressão, mas não são os únicos. De acordo com Antônio Geraldo da Silva, é possível haver sinais físicos, como perda ou ganho de peso, dores inexplicáveis no corpo e insônia ou sonolência em excesso.
Entre os sintomas psíquicos estão: desânimo intenso, cansaço, apatia, falta de vontade de fazer suas tarefas, falta de prazer, de alegria, choro fácil, temperamento explosivo, irritabilidade.
O diagnóstico, claro, precisa ser feito pelo médico, já que a chamada “síndrome depressiva” tem sintomas que podem ser confundidos com outras enfermidades, como o hipotireoidismo ou o hipertireoidismo.
Qualquer pessoa pode ter depressão
Assim como grande parte das outras doenças, a depressão não “escolhe” alvos específicos. Segundo o psiquiatra, homens e mulheres, crianças, adultos e idosos podem ser acometidos pelo mal.
Esse fato vai de encontro com outro preconceito muito comum: o que diz que “pessoas bem-sucedidas ou ricas não deveriam ficar deprimidas”. Por esse raciocínio, quem não tem motivos aparentes para sofrer deveria ser imune.
A realidade, no entanto, é mais complexa. Há pessoas que têm mais propensão à doença devido à genética. Há outras que podem sofrer com o problema devido a suas condições de vida e o ambiente em que convivem.
De acordo com o médico, fatores como o uso de álcool e drogas, uma rotina muito estressante e noites sem dormir podem aumentar a incidência da enfermidade.
Depressão é uma das principais causas de afastamento do trabalho
Apesar de todo estigma existente em torno da depressão, ela é uma das principais doenças que acometem a humanidade atualmente. Dados de 2013 divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que mais de 350 milhões de pessoas no planeta têm depressão – o que representa 5% da população mundial.
De acordo com estudo publicado na revista científica PLOS Medicine, no ano passado, ela é a segunda maior causa de invalidez, no mundo, ficando atrás apenas das dores nas costas.
Antônio Geraldo da Silva estima que 20% das pessoas já tiveram, têm ou ainda terão a doença ao longo da vida. Por isso, ele ressalta a importância de falar mais sobre o tema, dentro das empresas, na família, nos governos e na sociedade como um todo.


Morte

Pedro Bial
Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos. Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada. Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena.
Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam. A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta.
Morrer é ridículo. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta ideia: morrer. A troco?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente.
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinquente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um clichê. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas. Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer. Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito. Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas. Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.

Leia mais: http://www.mensagenscomamor.com/diversas/cronicas_pedro_bial.htm#ixzz3AryZISPq

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Um grande homem- por Arnaldo Jabor



UM GRANDE HOMEM
Nós homens nos caracterizamos por ser o sexo forte, embora muitas vezes caiamos por debilidade.Um dia, minha irmã chorava em sua casa..  Com muita saudade, observei que meu pai chegou perto dela e perguntou o motivo de sua tristeza.
Escutei-os conversando por horas, mas houve uma frase tão especial que meu pai disse naquela tarde, que até o dia de hoje ainda me recordo a cada manhã e que me enche de força.
Meu pai acariciou o rosto dela e disse: “Minha filha, apaixone-se por Um Grande Homem e nunca mais voltará a chorar”.
Perguntei-me tantas vezes, qual era a fórmula exata para chegar a ser esse grande homem e não deixar-me vencer pelas coisas pequenas. Com o passar dos anos, descobri que se tão somente todos nós homens lutássemos por ser grandes de espírito, grandes de alma e grandes de coração, O mundo seria completamente diferente!
Aprendi que um Grande Homem… não é aquele que compra tudo o que deseja, porque muitos de nós compramos com presentes a afeição e o respeito daqueles que nos cercam.
Meu pai lhe dizia:
“Não se apaixone por um homem que só fale de si mesmo, de seus problemas, sem preocupar-se com você… Enamore-se de um homem que se interesse por você, que conheça suas forças, suas ilusões, suas tristezas e que a ajude a superá-las.
Não creia nas palavras de um homem quando seus atos dizem o oposto.
Afaste de sua vida um homem que não constrói com você um mundo melhor.. . Ele jamais sairá do seu lado, pois você é a sua fonte de energia..
Foge de um homem enfermo espiritual e emocionalmente, é como um câncer, matará tudo o que há em você
( emocional, mental, física, social e economicamente)
“Não dê atenção a um homem que não seja capaz de expressar seus sentimentos, que não queira lhe dar amor.
Não se agarre a um homem que não seja capaz de reconhecer sua beleza interior e exterior e suas qualidades morais.
Não deixe entrar em sua vida um homem a quem tenha que adivinhar o que quer, porque não é capaz de se expressar abertamente.
Não se enamore de um homem que ao conhecê-lo, sua vida tenha se transformado em um problema a resolver e não em algo para desfrutar”. Não se apaixone por um homem que demonstre frieza, insensibilidade, falta de atenção com você, corra léguas dele.
“Não creia em um homem que tenha carências afetivas de infância e que trata de preenchê-las com a infidelidade, culpando-a, quando o problema não está em você, e sim nele, porque não sabe o que quer da vida, nem quais são suas prioridades”.
Por que querer um homem que a abandonará se você não for como ele pretendia, ou se já não é mais “ útil ”? …
Por que querer um homem que a trocará por um cabelo ou uma cor de pele diferente, ou por uns olhos claros, ou por um corpo mais esbelto?
Por que querer um homem que não saiba admirar a beleza que há em voce, a verdadeira beleza… a do coração?
Quantas vezes me deixei levar pela superficialidade das coisas, deixando de lado aqueles que realmente me ofereciam sua sinceridade e integridade e dando mais importância a quem não valorizava meu esforço?
Custou-me muito compreender que GRANDE HOMEM não é aquele que chega no topo, nem o que tem mais dinheiro, casa, automóvel, nem quem vive rodeado de mulheres, nem muito menos o mais bonito.
Um grande homem, é aquele ser humano transparente, que não se refugia atrás de cortinas de fumaça, é o que abre seu CORAÇÃO sem rejeitar a realidade, é quem admira uma mulher por seus alicerces morais e grandeza interior.
Um grande homem é o que cai e tem a suficiente força para levantar-se e seguir lutando…
Hoje minha irmã está casada e feliz, e esse Grande Homem com quem se casou, não era nem o mais popular, nem o mais solicitado pelas mulheres, nem o mais rico ou o mais bonito.
Esse Grande Homem é simplesmente aquele que nunca a fez chorar… É QUEM NO LUGAR DE LÁGRIMAS LHE ROUBOU SORRISOS…
Sorrisos por tudo que viveram e conquistaram juntos, pelos triunfos alcançados, por suas lindas recordações e por aquelas tristes lembranças que souberam superar, por cada alegria que repartem e pelos 3 filhos que preenchem suas vidas.
Esse Grande Homem ama tanto a minha irmã que daria o que fosse por ela sem pedir nada em troca…
Esse Grande Homem a quer pelo que ela é, por seu coração e pelo que são quando estão juntos.
Aprendamos a ser um desses Grandes Homens, para vivenciar os anos junto de uma Grande Mulher e NADA NEM NINGUÉM NOS PODERÁ VENCER!
Envio esta mensagem aos meus AMIGOS “HOMENS”, para que lhes toque o coração e tratem de fazer crescer esse GRANDE homem que vive dentro deles.