Passei por um tempo em que eu sentia que todo o  mundo  tirava proveito de mim e eu não estava nada feliz com isso.  Parecia que  todas as pessoas, a quem eu tinha decidido mostrar alguma  bondade,  ultrapassavam os limites. Lutei contra a idéia de que se eu  fazia o bem  só porque Deus disse que deveríamos fazer, mas se meu  coração não estava  feliz com isso, eu realmente fazia um favor à  Deus?Eu tinha gastado  muitas horas e dólares com algumas crianças menos  favorecidas em nossa  vizinhança, e as coisas chegaram à um ponto que a  avó, com quem as  crianças viviam, já ficava esperando por algo de  minha parte. Eu me  sentia ressentido com ela pelo fato de que as  crianças não pareciam ser  uma prioridade em sua vida. Próximo ao Natal,  ela me ligou, contou sobre  uma menina que sabia que não receberia  nada, e pediu que eu comprasse  algo para a menina.Eu não gostei daquele  pedido. Não me agradou ela  ligar pedindo que eu fizesse algo por  alguém que eu sequer conhecia. Eu  já não fazia o bastante por suas  crianças? Agora tinha que cuidar de  mais uma?Quando eu fazia compras  alguns dias mais tarde, eu vi uma caixa  com duas bonecas, uma morena e  uma loira. Me lembrei da tal menininha.  Como não estava caro, resolvi  comprar, mas não fiquei feliz com isso. À  véspera do Natal entreguei as  bonecas à avó e nunca mais a ouvi falar  uma palavra sobre a tal  menina. Pelo que eu conhecia, a menina nunca  receberia as bonecas e nem  a avó falaria que eram dela.Quando eu era  criança, eu não podia ver  minha avó paterna que, apesar disto, nunca  deixou de nos comprar  presentes de Natal que ela deixava com minha avó  materna. Só que minha  avó materna mudava as etiquetas e dava os  presentes como sendo dela.  Quando fiquei adulto, descobri que meu  brinquedo favorito na realidade  tinha vindo de minha outra avó. Mas isto  é uma outra história.Voltando à  história anterior, cerca de um ano e  meio mais tarde, eu caminhava com  meu cachorro e vi uma menininha de  mais ou menos sete anos brincando  na calçada.Quando passei por ela, ela  gritou,- Eu já vi este cachorro  antes.Eu lhe falei que morava por perto e  às vezes caminhava por ali.  Ela se aproximou e abaixou-se para  acariciar o cachorro.Por alguma  razão que desconheço, aproveitei para  lhe perguntar se conhecia Aaron,  Nick e Melanie, e ela respondeu que  sim. Então, com a curiosidade  aguçada, perguntei,- Não neste último  Natal, mas no outro, você ganhou  um par de bonecas?- Oh, sim, Lucy é a  loira e Debbie é a morena. Elas  estão lá dentro dormindo. Ela respondeu  com um sorriso.- Foi tudo o que  ganhou naquele ano? Perguntei.- Acho que  ganhei outras coisas, mas nem  me lembro mais. Ela disse.- Quem lhe deu  as bonecas? Perguntei.- A avó  de Aaron. Ela respondeu.Ah ha! Como eu  pensava… A avó ia ficar com  todo o crédito. Para provar que tinha  razão, perguntei,- Ela disse quem  mandou para você?E Deus, por seus  misteriosos meios, mostrou-me que  nada do que eu faça será bom se eu o  faço com maus pensamentos e que eu  tenho muito o que aprender.Fique com  um nó na garganta quando veio a  resposta:- Ela me disse que foi um anjo. 
(Texto de Mickey Bambrick )
 
 
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