Medimos as pessoas sempre  com as medidas que temos, para um observador que tenha algum tipo de  trauma voltado para o álcool, qualquer gole inocente de qualquer pessoa  pode significar dependência alcoólica, outro observador voltado para o  sexo, qualquer brincadeira inocente com uma criança pode significar  indício de pedofilia, outro observador maledicente qualquer comentário  de pé de ouvido pode ser uma grande fofoca. Precisamos ter cautela em  nossos julgamentos, nem tudo o que vemos é real, olhem para o céu,  muitas dessas estrelas que lá brilham à noite, tornando o momento dos  enamorados ainda mais aconchegante e romântico, estas estrelas já não  mais existem, vemos tão somente sua luz que viaja à velocidade de  300.000 km/s; muitas destas estrelas distam algumas dezenas, centenas,  milhares de anos luz daqui da Terra. O corpo celeste pode já não mais  existir (outras que passaram a existir e sua luz ainda não chegou aqui,  ainda não as vemos), mas veremos sua manifestação luminosa – sua luz  ainda pelo tempo em anos luz, compatíveis com sua distância, e ainda  chamaremos de louco aquele que ousar dizer que o que vemos não é o que  vemos, não é real.
           Coitados daqueles  que pautam suas vidas sobre o mundo puramente material. Afirmamos-vos  que todo o mundo material que conhecemos é somente aquele que nossos  sentidos podem captar, mas a presença da vida é muito mais dilatada que  podemos sentir ou supor. Fomos ensinados que uma parede, a da nossa casa  ou de nosso local de trabalho, está em repouso! Está mesmo? Se olharmos  de nossa cadeira, nosso sofá, estará mesmo em repouso, mas a parede  viaja conosco à velocidade de alguns milhares de kilômetros quando é  vista em referência a posição do Sol (sabemos que o planeta Terra gira  em torno do Sol), e nós e as paredes de nossa casa ou de nosso local de  trabalho, somos passageiros deste corpo celeste chamado Terra.  Aproximemos um microscópio escolar desta parede e veremos dezenas de  seres vivos vivendo em nosso habitat (e sem pagar aluguel), aumentemos a  capacidade deste microscópio e poderemos ver moléculas, átomos, núcleos  dos átomos e elétrons numa dança da vida que nossos limitados sentidos  jamais poderiam supor existirem. Quanta pretensão nossa quando afirmamos  que sabemos tudo sobre algo, que somos catedráticos, que somos formados  nesta ou naquela instituição de renome (pseudo superioridade). Saibam  que este que vos escreve não detém curso superior, não é bacharel,  mestre ou doutor em qualquer instituição consagrada ou não pela  sociedade; este autor incógnito, mesmo sem formação superior, sem  títulos, assegura-lhes é imensamente feliz, uma felicidade intensa e  ininterrupta (isto não é uma reclamação). Este estado de felicidade  contamina cada um dos objetos que usa para escrever estes textos e estes  objetos impregnados por este magnetismo, irradiam de volta tal vibração  que permitem escrever neste cadinho identificado pelo autor como  salutar, saudável, próprio para transferir para a linguagem escrita as  ideias, sugestões, talvez até ensinamentos do ESQUEÇAM O AUTOR!
            Costuma ser assim em nossas vidas, colhemos aquilo que plantamos!  Existe um pensamento corrente, em uma corrente religiosa que afirma que  “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória!”, e outro que diz  que “Quem semeia ventos colhe tempestades!”, e nós lembramos que não  devemos imaginar que possamos semear urtigas e esperarmos colher rosas, a  colheita será necessariamente urtigas, irritando aqueles que tiverem  contato com nossa semeadura. Como já dissemos, o amanhã a Deus pertence,  mas o amanhã depende do hoje e o hoje somos nós que fazemos através do  nosso livre arbítrio; podemos semear urtigas ou rosas, mas não podemos  reclamar por não sentirmos os perfumes das rosas daqueles que as  semearam, adubaram, cuidaram para que crescessem fortes e cheirosas.  Isto sempre é uma opção, uma filosofia de vida, independente de sermos  ou não religiosos ou a que corrente religiosa pertençamos, isto é  atitude, vontade de ser útil, compreender que a felicidade individual  (que é um estado de espírito) será combatida pela infelicidade coletiva,  pois o estado de espírito coletivo (que não vemos, mas que existe e nos  influencia) é mais forte que o individual. Sei o quanto é difícil  acreditar naquilo que não vemos, não conseguimos perceber pelos nossos  sentidos, mas também não vemos a energia elétrica (vemos a sua ação na  lâmpada, na geladeira, no microondas), esta – a energia elétrica é  consequência do deslocamento dos elétrons que giram em torno do centro  do átomo, e até onde sabemos raríssimos seres humanos já conseguiram ver  os elétrons, estes só podem ser vistos por microscópios possantes,  aqueles que ouvimos falar e que escasseiam por estes laboratórios  científicos onde a maioria de nós nunca colocará os pés. Acreditamos na  energia elétrica mesmo não a vendo, só percebendo sua ação; percebam  também como reagimos quando estamos em ambientes diferentes, como somos  influenciados pelo magnetismo predominante do ambiente, quantos de nós  já não sentiu paz num templo religioso quando lá esteve quando ele  estava vazio? Percebam nossa reação quando estamos numa longa fila e  alguém começa a reclamar, logo vem outro, e outro e se não nos  acautelarmos, não nos mantivermos serenos, em determinado momento  passaremos a fazer coro de revolta pela demora da fila que até então não  nos incomodava. Somos influenciados a todo o momento pelos ambientes  que freqüentamos, e somos também os responsáveis pela qualidade do  magnetismo que estes ambientes detém (lembram-se da semeadura?), podemos  fazer a diferença, somos capazes de magnetizar nossos ambientes  positivamente através de simples atos corriqueiros como um sorriso, um  bom dia, um muito obrigado, um com licença. Acredito que a grande  degradação da nossa vida em sociedade foi devido ao esquecimento,  descumprimento destas atitudes civilizadas que regem o convívio das  pessoas civilizadas de uma sociedade que procura viver dentro dos  padrões de civilidade (lembram-se das matérias de OSPB – Organização  Social e Política Brasileira e Educação Moral e Cívica que foram  extintas das grades curriculares pelos idos dos anos 70?). O que não  podemos esquecer é que tudo que existe no mundo material partiu do campo  das idéias, pré-existiu lá e somente se for cultivado – no campo das  idéias poderá existir aqui no nosso mundo das formas. Conversem com um  ex alguma coisa, ex-fumante por exemplo, que importância dava ao cigarro  e que importância dá agora ao cigarro, o cigarro é o mesmo, não mudou  nada, o que mudou foi que o ex-fumante apagou de sua mente (o campo das  idéias) a dependência do cigarro, o prazer de fumar (prazer sim, só quem  fumou ou fuma pode saber o prazer que dá e é exatamente por isso que  vicia). As opções são sempre nossas, se pensamos que o mundo é ruim,  teremos o sol brilhando, fazendo crescer os vegetais, estimulando os  pássaros a cantar, mas reclamaremos porque está muito quente; teremos a  chuva regando nossas plantações, enchendo nossos lagos, levando o  magnetismo negativo das nossas cidades, através do agente neutro e  purificador que é a água, mas só veremos lama e enchentes da ação  maldosa da chuva; como diz a banda Engenheiros do Havaí em uma de suas  músicas “Somos quem podemos ser!”, e nós vos afirmamos que podemos ser  muito mais do que somos, depende só de nós! Algum de nós, quando  pequenos, tinha a certeza absoluta que seria o que é hoje? Algum de nós  nasceu com títulos, não os herdados, aqueles de conquista pessoal?  Poderíamos supor que dos anos 60, 70 para cá nossa sociedade desceria  tanto nos conceitos de civilidade? Tudo isto é devido as nossas ações  individuais boas ou más, que somadas tornam-se ações coletivas, e estas  ações coletivas boas ou más permitem acontecer em nossa vida em  sociedade este caos social (que ainda pode piorar muito se não  estancarmos o processo de degradação que nos é imposto por aqueles que  pouca ou nenhuma preocupação tem com o bem estar coletivo) ou a volta da  vida em sociedade com civilidade, como se dizia naqueles anos passados  “com moral e bons costumes” (aqui não está sendo um lamento saudosista,  mas um apelo ao retorno daquilo de bom que foi esquecido), uma época em  que as pessoas tinham vergonha de aparecer envolvidas em escândalos  (hoje quase todos querem envolver-se em escândalos para ficarem famosos -  Big Brother, engravidar propositalmente de famosos ou ricos, ser amante  de Senador e depois ganhar muito dinheiro posando nua para uma revista,  etc), afinal na sociedade que construímos nos últimos 40, 50 anos não  mais nos preocupamos com o que somos, mas com o que temos, as aparências  são mais importantes que o conteúdo, e como “quem vê cara não vê  coração”, vai aqui uma frase de Rui Barbosa que dizia mais ou menos  assim: “Não se deixem enganar pelos cabelos brancos, pois os canalhas  também envelhecem!”, e nós vos dizemos que canalhas/pilantras vestem as  melhores roupas, frequentam os melhores ambientes e falam da forma mais  culta (cuidado para não confundir o todo com a parte, nem todos que  vestem as melhores roupas, frequentam os melhores ambientes e falam da  forma mais culta são canalhas/pilantras) que baixamos a guarda e  deixamo-nos enganar pela falsa verdade que cabelos brancos, roupas  bonitas, ambientes sofisticados e forma culta de falar não são próprias  de canalhas/pilantras... Estes canalhas/pilantras, como definiu Rui  Barbosa, só existem e sobrevivem no mundo das formas e aparências que  todos os dias alimentamos com nossas ideias sempre voltadas para o  exterior, deixando de lado o mundo abstrato, imaterial que pode e deve  ser analisado com a atitude simples de questionar os conteúdos das falas  bonitas e cultas, entendendo a verdadeira intenção daqueles que se  apresentam para a coletividade. Lembrem-se, quando nos expomos  publicamente, todos nós almejamos, pretendemos, queremos alguma coisa, e  como não poderia ser diferente o Esqueçam o Autor! também quer.  Analisem, questionem, entendam as verdadeiras intenções do Esqueçam o  Autor! e se não gostarem ou concordarem, deixem de ler e tirem o  Esqueçam o Autor! de suas mentes, pois ele é abstrato, imaterial, só  existe e se fortalece porque vocês o alimentam cada vez que lembram ou  falam dele.
http://www.gostodeler.com.br/materia/6732/abstracao.html 
 
 
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