domingo, 24 de agosto de 2008

A LINGUAGEM NOSSA DE CADA DIA

Por: Ed Cavalcante

Cada um fala do seu jeito, isso nós aprendemos ainda em casa. Esse “jeito” de falar está diretamente relacionado ao lugar e ao grupo social em que o indivíduo vive. O mais interessante, nessa diversificação da forma de se expressar ,é que mesmo em espaços urbanos pequenos como um bairro, por exemplo, encontramos a pluralidade lingüística. Veja o exemplo a seguir: Na esquina de um bairro da periferia do Recife, aconteceu um assalto. Três pessoas observaram a cena de longe e depois narraram o fato:

Versão de um policial: “o meliante subtraiu o pertence da vítima, adentrou no auto-passeio e evadiu-se”

Versão de um malandro: “então, o comédia botou pra cima da “mulé”, entrou no carro e pinotou”

Versão de um senhor: “o ladrão roubou a bolsa da mulher, entrou no carro e fugiu!

Note que todos retrataram a mesma cena, mas cada um usou a sua linguagem cotidiana. O discurso do policial está carregado de jargões do meio militar. Já o discurso do malandro tem a presença forte da gíria. Por fim, o senhor retratou a cena com uma linguagem formal. A linguagem coloquial é plenamente aceitável no dia-a-dia. Entretanto, ao redigir um texto você deve observar as normas da escrita formal. Quem transita bem por esses dois mundos acaba se sobressaindo.

Um comentário:

Bete Meira disse...

Muito bem,Ed!O que você escreveu poderia ter sido escrito por um professor de português,de tão coerente e verdadeiro.As variedades lingüísticas são inúmeras e precisamos respeitá-las e valorizá-las.Mas como você destacou,quem se sobressai é quem sabe transitar entre o formal e o coloquial.Obg pela rica contribuição ao meu blog!