quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mananciais no deserto- Lettie B. Cowman

20 de janeiro


Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se
faz melhor o coração.(Ec 7.3.)
Quando a tristeza vem sob o poder da graça divina, ela tem um múltiplo ministério em nossa vida. A tristeza revela profundezas de nossa alma que não conhecíamos, bem como capacidades de experiência e serviço que ignorávamos. Pessoas fúteis, levianas, são sempre superficiais, e nunca têm a mais leve ideia das coisas mesquinhas que há em sua natureza. O sofrimento é o arado de Deus, que revolve as profundezas da alma para que ela possa produzir mais abundante colheita. Se não tivéssemos caído, em Adão, então a força normal para dilatar as capacidades da nossa alma seria a alegria divina. Mas num mundo decaído, o sofrimento (desprovido, porém, do desespero) é o instrumento escolhido por Deus para nos revelar aos nossos próprios olhos. Assim, é a dor que nos faz pensar profunda, longa e sobriamente.
O sofrimento nos faz andar mais devagar e com mais consideração pelos outros, e leva-nos a pesar os nossos motivos e atitudes. O sofrimento é que abre os nossos olhos para as potencialidades da vida espiritual que Deus pôs em nós. É o sofrimento que nos faz dispostos a usar toda a nossa capacidade em servir a Deus e ao próximo.
Imaginemos um grupo de pessoas indolentes, vivendo ao pé de uma cadeia de montanhas, sem nunca se aventurarem a explorar os seus vales e reentrâncias; um belo dia, uma tempestade violenta bate contra aqueles montes e rasga as suas gargantas, pondo à mostra os recessos ocultos dos vales. Então os habitantes do sopé dos montes se maravilham ante os segredos inexplorados de uma região tão próxima e contudo tão desconhecida.
Assim acontece com muitas almas que vivem indolentemente na periferia de sua própria natureza, Até que grandes tempestades de sofrimento vêm revelar profundezas escondidas, de seu ser, que até então nem supunham existir. Ninguém é grandemente usado por Deus, sem antes ser quebrado. José sofreu mais que qualquer outro filho de Jacó. E isto o levou à tarefa de dar suprimento para todas as nações. Por esta razão o Espírito Santo disse a respeito dele: "José é um ramo frutífero... junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro" (Gn 49:22). É o sofrimento que faz dilatar a alma. — The Heavenly Life
Eu vi o arado sulcando a terra,
E meditei:
A minha vida é como um campo
Sob o olhar do Senhor;
Onde irá crescer
O precioso grão?
Onde, a fé? Onde, o amor?
A compreensão?
No sulco aberto pela dor.
Cada pessoa e cada nação tem que aprender na escola da adversidade, na escola de Deus. "Podemos dizer: 'Bendita é a noite, pois nos faz ver as estrelas'. Do mesmo modo podemos dizer: 'Bendito é o sofrimento, pois nos faz ver as consolações de Deus'.
As enchentes levaram-lhe a casa e o moinho, tudo o que o pobre homem possuía na vida. Mas enquanto contemplava a cena de sua miséria depois de baixadas as águas, com o coração partido e desanimado, ele viu alguma coisa brilhando nos barrancos desnudados pelas águas. 'Parece ouro', disse. E era ouro. A enchente que o havia deixado pobre o fazia rico. Assim acontece muitas vezes na vida." —H.C. Trumbull

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