terça-feira, 9 de novembro de 2010

Saga do covarde e da Jezabel



Já me falaram que o ser humano é capaz de tudo mas sempre me surpreendo com certas atitudes de alguns seres que se dizem humanos mas no fundo são monstros disfarçados. Como é possível
alguém receber uma quantidade infinita de amor, companheirismo, atenção, dedicação, solidariedade, generosidade, desprendimento, amizade, enfim, tudo de bom que alguém tem pra ofertar, desfrutar de tudo sem constrangimento, por muitos anos, mas sem corresponder à altura e , um belo dia, conhecendo outra fonte de benesses, partir sem olhar pra trás, abandonando à própria sorte sua antiga benfeitora, sem se importar se levava uma parte daquele core cheio de amor ou se feria mortalmente a pessoa que antes, segundo ele, era muito importante em sua vida? A ilustração que me vem à mente é a de um garoto sapeca que risca, rabisca, desenha, pinta, faz o que quer numa folha de caderno e depois acha que aquilo não presta mais. Então, arranca a folha, amassa com bastante empenho até reduzir ao mínimo possível e depois atira bem longe com toda força. Ninguém há de condenar o garoto, claro! Mas o que dizer de fazer isso com uma pessoa? É normal? Natural?É humano?É atitude de gente que tem o core bondoso, generoso, justo, grato? E ainda se acha muito correto, honesto, leal. E o que aconteceu com quem sofreu essa agressão? Adoeceu, baixou hospital, desesperou-se, ficou sem chão. Sentindo-se a pior das criaturas, humilhada, traída, rejeitada, ferida certeiramente no peito, agiu como uma fera ferida. Reagiu com fúria e quis atingir quem lhe causou tanta dor e sofrimento. Na verdade, erradamente, quis atingir o terceiro vértice do triângulo. Xingou, praguejou, disse um bocado de coisas desagradáveis... Que atire a primeira pedra quem passa por um processo desses e simplesmente age com toda generosidade do mundo, segue sua vida como se nada tivesse acontecido! Só quem está no olho do furacão entenderá e não condenará. Mas o ofensor não se sentia como tal e astutamente se pôs no papel de vítima, de ofendido e reagiu violentamente ao ataque da fera ferida. Mandou que virasse a página, que seguisse a vida, sempre com frieza total e muita indiferença. Quis ditar regras, dizer com quem ela podia falar, onde podia ir, como se tivesse esse direito. Ela se rebelou e fez ao contrário, claro. Quem ele pensa que é? Age com vileza, deslealdade, mesquinhez e ainda quer proibir seu trânsito em lugares públicos. Irado porque ela ousou desafiá-lo e esteve num desses locais 'proibidos', mesmo quietinha, sem fazer mal algum, alguém avisou e ele ligou com estupidez dizendo que estava a caminho da delegacia para dar queixa de assédio moral. Desconheço assédio moral sem que haja relação de poder entre vítima e agressor. Mas ele agiu assim e agora resta esperar a intimação e se defender. E ainda diz que não pode ver sua dignidade ir pelo ralo. Que dignidade? Que caráter possui quem expõe à vergonha, à humilhação pública uma pessoa que lhe deu o melhor de si durante anos a fio? Ou esse ato caracteriza falta de caráter? Que decepção ela sentiu. Covarde é o adjetivo que me parece adequado a quem não assume seus erros, não suporta ser confrontado e procura prejudicar alguém mais frágil que pode pagar com a vida por essa denúncia. Mas certamente ele não se importa com isso. Afinal essa morte seria se livrar definitivamente desse espinho na carne. Essa morte seria o fim de alguém que lhe mostra o quão fraco e desprezível ele é. Alguém que lhe diz que é um vampiro que suga o que a pessoa tem de melhor e depois descarta. Que lhe diz que é covarde, medroso, injusto, ingrato, cruel, frio e insensível. Mas como às vezes existe justiça nesse mundo, ela terá o direito de se expressar e contar sua história. Quem sabe ao escutar a verdadeira versão dos fatos e o motivo de atos impensados, mas que só ficaram em palavras, a situação seja invertida? Ela também pode prestar queixa por coação, constrangimento, ameaça. A vingança é uma via de mão dupla, da mesma forma que a vida. Cada um dará conta de seus atos. Não se pode construir felicidade sobre a infelicidade dos outros. É preciso ter cuidado para preparar o terreno, deixar tudo arrumadinho, para depois seguir em busca do seu caminho. Mas atropelar as pessoas sem dó nem piedade, friamente, arrogantemente, deixando para trás sem cuidado algum quem daria a vida para que o outro fosse feliz, é perigoso. A vida se encarrega de dar o troco. Agora ele está cego e só toma a defesa da intrusa. Quando o encanto, feitiço, macumba, bruxaria, seja lá o que for, passar, pode não restar mais nada. A pessoa vai acordar e ver quão grande engano cometeu. Jogou fora um amor sólido, sincero, puro, imenso, generoso, por uma ilusão, uma simples paixão. Quando a paixão acaba, nada mais resta. Ela não deixaria que ele agisse com tamanha maldade se estivesse ao lado dele. Mas como quem está ao lado agora é alguém com o mesmo 'caráter' certamente incentivou e aplaudiu, afinal se sente a rainha intocável. Acontece que quem tem telhado de vidro não atira pedra no do vizinho. Todos têm um 'Calcanhar de Aquiles'. Nossa protagonista não queria ferir seriamente ninguém, apenas causar a mesma dor em quem a feriu. Mas tamanho ato de covardia e crueldade, a deixou livre para disparar flechas certeiras que não causarão apenas humilhação e vergonha, como depor numa delegacia e talvez prestar serviço numa creche, mas podem acarretar rescisão, desligamento, quem sabe? Afinal, que pai quer seu filho com uma professora de conduta moral duvidosa e que comete bárbaros erros de língua portuguesa?No mínimo, haverá investigação e constrangimento. Ninguém pode destruir uma vida e ficar impune. É a lei da vida. "Tens que colher o que plantaste, é lei divina, é lei de Deus"


Por Bete Meira Cavalcanti
Qualquer semelhança com fatos da vida real, é mera coincidência

Um comentário:

Zayra disse...

Parabens pelo blog, adorei os topicos. e obrigada pela citação.
Abraços e Sucesso.
Zayra Navarro