terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Nem sempre o Amor que queremos, é o que temos


Você, que pensou ter encontrado o seu amor...
Eu sei, você até acreditou nisso, mesmo sabendo que lá no fundo não era a pessoa certa. Mas a vontade de liberdade, de poder ser dono de sua vida, o fato de não aguentar mais nenhuma cobrança o levou para outra prisão, que o fez sentir saudades do seu antigo quarto, de sua antiga cama e daquele almoço quentinho sempre na hora certa(casa da mamãe).
Pois é, em troca dessa falsa liberdade, quanta noite em claro você não amargou, sozinho em uma cama de casal? Quantas noites você não teve que dormir no sofá da sala, tendo que trabalhar no dia seguinte, com aquela tremenda dor nas costas?
Quanto desrespeito você não tem ou teve que ouvir e engolir em nome de uma família? E agora ficou difícil de lutar contra...
Pois é, quando passamos a morar debaixo de um mesmo teto as coisas mudam, as nossas diferenças aparecem, afloram as incompatibilidades. Passamos a não mais suportar as roupas fora de lugar - da mesma maneira que nossas mães não suportavam - a toalha molhada em cima da cama ou nossas coisas espalhadas pelo chão da sala.
Começamos a detestar os amigos do nosso marido ou não suportamos as futilidades e chatices das amigas da nossa mulher. Enfim, começamos a nos entrincheirar para a nossa batalha dentro da nossa própria casa. Cada um demarcando seu território. Nós, com o controle remoto da televisão e, elas, com o mouse do computador (ou vice-versa) e as diferenças, as incompatibilidades vão aumentando a cada dia, a cada ano.
Levamos anos para conhecer um pouco uma pessoa e dias para sabermos o que nos desagrada nela. Por isso, cuidado para não se iludir, para não construir um castelo de areia.
Aquele carinho e amor que lhe prometeram não duraram o tanto que você achou que duraria. O seu companheiro tornou-se um parente próximo daqueles que costumamos conviver no dia-a-dia e já nos habituamos tanto com ele, que não notamos o tamanho da nossa trincheira e o quanto nos tornamos distantes. Acaba-se o encanto e o sonho...
Vejam, não estou aqui querendo de maneira alguma ser pessimista; em se tratando de amor existem sempre controvérsias. Claro que há pessoas felizes com o seu amor e desejam ficar velhinhas de mãos dadas com seu companheiro.
Mas o amor não é se atirar de cabeça, nem escada para uma liberdade que às vezes pensamos não ter. O amor não é trampolim para pularmos de lá pra cá com o risco de nos estatelar no vazio da nossa alma. Lamento profundamente desapontá-los...
Isso é paixão, é maravilhoso! É um tesão, mas acaba...
O amor é construído sem pressa, faz eco dentro da nossa alma; o amor nos faz crescer pois não existe coadjuvante; os dois são protagonistas.
O amor não compete, não desrespeita, não desconfia.
O amor preocupa-se, investe, promete e cumpre. O amor não bate, não ofende, não quer ganhar; o amor dá e recebe.
Tome muito cuidado para não confundir e não usar ninguém como trampolim para os seus sonhos de liberdade. Você poderá acabar em uma prisão de segurança máxima sem direito a visitas. A vida é curta e, provavelmente, não lhe restará tempo para amar de verdade.

Parte da Mensagem de Nelson Sganzerla .

Nenhum comentário: