quarta-feira, 17 de março de 2010

Gente fina


"Cada um faz o q bem entender com o próprio corpo. Comer com liberdade é um direito e ninguém tem q se sacrificar para atender a um padrão estético, mas q ser magro é melhor do que ser gordo, é. Pra saúde é melhor, pra se vestir, pra se locomover, pra dançar é melhor. Não quer dizer q um gordo não seja feliz. Geralmente, são felizes à beça, mais do que muito varapau. Mas se fosse possível escolher entre ser magro e ser gordo sem nenhum efeito colateral de felicidade ou infelicidade, sem nenhum esforço, só no abracadabra, todo mundo iria querer ser magro, assim como todo mundo preferiria se cristalizar entre os 30 e os 50 anos. Eu acho. A não ser q eu esteja louca, o q é uma hipótese a considerar.
Porém, melhor q tudo é ser gente fina. Finíssima. Isso nada tem a ver com a tendência atual de ser seca, de parecer um esqueleto ambulante. Gente fina é outra coisa. Gente fina é aquela q é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa. Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação. Todos a querem por perto. Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário. É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados: sabe transgredir sem agredir. Gente fina é aquela q é generosa, mas não banana. Te ajuda, mas permite q você cresça sozinho. Gente fina diz mais sim do q não, e faz isso naturalmente, não é para agradar. Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia. Gente fina não julga ninguém, tem opinião, apenas. "Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera." O que mais se pode querer? Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e, como o próprio nome diz, não engrossa. Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros. Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra. Gente fina é q tinha q virar tendência. Porque colocando na balança, é quem faz a diferença.

Martha Medeiros

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