domingo, 20 de dezembro de 2009

A vontade fala mais alto que a necessidade




DIÁRIO DE PERNAMBUCO – Opinião
Domingo, 13 de dezembro de 2009


O consumismo inconsciente das crianças

Shirley Hunther // Jornalista

Atualmente é nítido o desinteresse das crianças por aquilo que lhes seria genuíno; o brincar passa a ser um hábito e o consumo exibicionista chega ao ápice da diversão. A televisão é um meio em que a publicidade mais atinge as crianças, e a dificuldade dos pais driblarem a sedução dos anúncios voltados para o público infantil gera polêmica. Em todo o mundo há instituições voltadas para combater abusos até quem defenda a proibição desses comerciais, é o caso da ONG Instituto Alana. Segundo a presidenta, Ana Lucia Villela, "as crianças ainda não conseguem criar um juízo de valor sobre o que veem na televisão. Até os seis anos de idade elas não sabem o que é comercial ou programa."É muito fácil fixar um hábito durante a infância, já que é nesta fase que a percepção está sendo estruturada tornando-se também mais difícil modificar algo assimilado nesse período. Hoje, enquanto a criança cresce se estrutura sua percepção do consumo como o grande prazer, gozo maior que o brincar.Os intervalos dos programas de TVs, pontos de ônibus, lanchonetes, bancas de revistas, outdoor, concessionária de veículos, shoppings, etc. - Mas, nosso foco é a televisão -, fazem propagandas para chamar a atenção dos consumistas e, com maior intensidade, das crianças.A garotada aprende que só será reconhecida como parte desse universo, que é o imaginário construído, a partir de um hábito adquirido pelos veículos de comunicação, se adquirir esses produtos. As sensações de "pertencimento", necessárias para a construção de sua identidade, passam pela incorporação, em seu funcionamento mental, de aspirações homogêneas e do padrão de consumo que as atende. Precocemente a meninada é induzida a crer que os produtos de grife são sua identidade. Com essas marcas, como segunda pele, elas se sentem poderosas, meninas e meninos se tornam assim, propagandas sem custo, como outdoors ambulantes.Fantasias de completude, ideias de poder, domínio de ter acesso ao que o outro não pode ter, do que essa criança vale é o que acontece nesta maneira de viver. A vontade fala mais alto que a necessidade.Os propagandistas descobriram também, que a falta do convívio dos pais com os filhos, está diretamente ligada ao consumismo exacerbado das crianças. Como atender então essas demandas ilimitadas se os nossos recursos são escassos? Isso mesmo, a nossa grana é curta e nada adianta ganhar um sorriso infantil se o cheque especial está no vermelho e o rotativo do cartão de crédito não mais pode ser usado, ou se o nosso plano de previdência anda de dieta há vários meses. Por outro lado recusar a compra de qualquer produto licenciado por personagens infantis acabaria dando um mal-estar muito grande com os garotos.As crianças querem usar roupas de grife, tênis de marca, porque neles estão expressos, embora que simbolicamente, a que meio social pertence, ou a que ele deseja pertencer, tudo isso pautado no consumismo. É como se fosse uma aura que envolve o produto. Porque nesse jogo de interesse as crianças crescem com um novo pensamento, com novas ideologias, elas deixam de "Ser" para "Ter" e passam a "Ter" para "Ser".

Tenho minha consciência bem tranquila quanto a isso,pois criei meus filhos com os olhos bem abertos para a realidade. Nunca fiz o que não podia só para atender aos apelos consumistas da mídia e da sociedade em geral.Cabe aos pais criar filhos conscientes e coerentes,equilibrados e realistas,tendo em mente que valemos pelo que somos e não pelo que possuímos.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Bete Meira disse...

Comentário anônimo e em inglês fica difícil. Diga quem é e escreva em português,por favor.