segunda-feira, 14 de setembro de 2009

DOR



Dor de Cabeça e Depressão: Como cuidar da Dor quando estiver com Depressão
Viver com dor crônica é um fardo suficiente para qualquer um. Se a dor estiver associada a depressão – um dos problemas mais comuns enfrentados por pessoas com dor crônica – este fardo fica ainda mais pesado.
A depressão pode ampliar dor, e torná-la mais difícil de lidar. A boa notícia é que a dor crõnica e depressão não são inseparáveis. Tratamentos eficazes podem agir bem na dor e na depressão.
Dor Crônica e Depressão: Uma dupla terrível
Se você tiver dor crônica, dor de cabeça, dor lombar, dor cervical, fibromialgia e depressão, você não está só. Muitas pessoas sofrem desta associação. Isso porque dor crônica e depressão são problemas comuns que muitas vezes se sobrepõem. Depressão é uma das mais comuns questões psicológicas que enfrentam as pessoas que sofrem de dor crônica, e que muitas vezes dificulta o tratamento do paciente. Considere estas estatísticas:
Segundo a American Pain Foundation, cerca de 32 milhões de pessoas nos Estados Unidos apresentam dor com duração superior a um ano.
De um quarto a mais de metade dos doentes que se queixam de dor para os seus médicos estão deprimidos.
Em média, 65% das pessoas deprimidas também se queixam de dor.
As pessoas cuja dor limita a sua independência são particularmente susceptíveis de estarem deprimidas.
A depressão em pacientes com dor crônica é frequentemente não diagnosticada, e portanto frequentemente não tratada. O quadro de depessão e dor pode estar também associado com distúrbios do sono, perda de apetite, falta de energia e diminuição da atividade física que pode, por sua vez, complicar ainda mais o quadro de dor.
Dor de cabeça e depressão caminham lado a lado, alguns autores dizem até que deve-se assumir uma pessoa com dor crônica como deprimida, de fato não tem como estar muito feliz se tiver muita dor, no minimo a depressão é uma consequência da dor
Dor Crônica e Depressão: um ciclo vicioso
Dor provoca uma resposta emocional de todos. Ansiedade, irritabilidade e agitação – todos esses sentimentos são normais quando se está sentindo dor.
Mas e se a dor não vai embora? Com o tempo, a resposta ao constante estresse acaba causando vários problemas associados com depressão. Esses problemas podem incluir:
ansiedade crônica, perda de memoria, fadiga, irritabilidade, distúrbios do sono, ganho ou perda de peso.
A sobreposição entre depressão e dor crônica pode ser explicada pelo fato de alguns neurotransmissores – os mensageiros químicos que viajam entre neurõnios e nervos – estarem alterados, como a serotonina, dopamine, noradrenalina, GABA, glutamato e outros.
O impacto global da dor crônica sobre a vida de uma pessoa também contribui para a depressão
Os prejuízos causados pela dor crônica, como a perda de um emprego, perder a condição de lazer, relacionamento familiar e interpessoal fazem das pessoas ainda mais deprimidas. Por sua vez, com depressão, ela amplia a dor que já está com o paciente.
Pessoas com dor crônica e depressão sentem dor mais intensa, sentem menos controle de suas vidas, tem estratégias de superação menos eficazes, mas a depressão e a dor crônica podem ser muitas vezes tratadas em conjunto.
Tratar Dor Crônica e Depressão: Uma Abordagem Integrativa
Dor crônica e depressão podem afetar uma pessoa a vida inteira. Consequentemente, um tratamento ideal abordagem aborda todas as áreas da vida da afetadas pela dor e depressão.
Devido à ligação entre dor crónica e depressão, faz sentido que os seus tratamentos se sobreponham.
Antidepressivos
Atidepressivos trabalham nos mesmos neurotransmissores que afetam a dor e depressão, agindo sobre a percepção e modulação da dor, assim como agindo diretamente no sistema de analgesia no cérebro.
Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina) têm abundantes provas de eficácia. No entanto, devido aos efeitos colaterais a sua utilização é muitas vezes limitada. Novos antidepressivos conhecidos como inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (duloxetina, venlafaxina), e inibidores da recaptação de serotonina (citalopram, escitalopram, paroxetina) por outro lado, parecem funcionar bem com menos efeitos colaterais.
Atividade Física
Muitas pessoas com dor crônica evitam exercícios, achando que podem causar mais dor, porém a pessoa acaba se tornando fora de forma, tendo um maior risco de lesão, piorando a dor. Mas é fundamental quebrar este ciclo. Atividade física regular é uma das partes mais importantes do tratamento da associação dor e depressão. Todas as pessoas com dor crônica podem e devem fazer algum tipo de exercício. Converse com seu médico para adaptar o melhor plano de exercício que seja seguro e eficaz para você. O exercício também está comprovado no tratamento da depressão. A atividade física libera o mesmo tipo de substâncias químicas cerebrais que medicações antidepressivas, tem que ser encarada como um remédio, um tratamento
Saúde Mental e Espiritual
Dor crônica afeta a sua capacidade de viver, trabalhar e de se divertir da forma que você está acostumado. Isso pode mudar o modo como você vê você mesmo – às vezes para pior. Quando alguém começa a assumir a identidade de um paciente incapacitado pela dor crônica, existe uma preocupação real de que tenha se afundado na dor e se tornar uma pessoa mais deprimida
Lutar contra este processo é um aspecto do tratamento. Muitas formas de enfrentamento, no ingles “coping” são importantes, integrar a religiosidade, a espiritualidade do sofredor de dor e depressão é vital para o bom desenvolvimento do tratamento. Todo tipo de suporte positivo para o paciente deve ser colocado no tratamento de uma maneira racional.
Tratar Dor Crônica e Depressão: Terapia Cognitiva para a Dor Crônica
Você pode “pensar” a sua maneira de sentir a dor? Pode ser difícil acreditar, mas pesquisas mostram claramente que, para as pessoas comuns, alguns tipos de treinamento mental verdadeiramente melhoram a dor crônica. Uma destas abordagens é a terapia cognitiva. Na terapia cognitiva, uma pessoa aprende a detectar os efeitos negativos, os pensamentos automáticos que rodeiam a experiência de dor crônica. Estas ideias são muitas vezes distorções da realidade. A Terapia cognitiva pode ensinar uma pessoa como alterar estes padrões de pensamento e de melhorar a experiência de dor. A ideia é que os seus pensamentos e as emoções têm um impacto profundo sobre a forma como você responder com dor. Há boas provas científicas de que a terapia cognitiva pode reduzir a experiência global da dor.
Terapia cognitiva é também um tratamento para a depressão comprovada reduzindo sintomas de depressão e ansiedade, também em pacientes com dor crônica. Em um estudo conduzido por Beverly Thorn, professora da University of Alabama, no final de um programa de 10 semanas de terapia cognitive 95% dos pacientes sentiram suas vidas foram melhoradas, e 50% disseram que tinham menos dor. Em muitos participantes também reduziu sua necessidade de medicamentos. A Dra Juliane Mercante, que defendeu doutorado sobre enxaqueca e ansiedade no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, também psicóloga da linha cognitiva comportamental relata boa experiencia no resultado com os pacientes com depressão, ansiedade e dor que passsam pelo processo da terapia cognitiva comportamental
Para se tratar a dor crônica, cefaleias primárias como a enxaqueca quando associadas a depressão e ansiedade é preciso uma aliança com o médico, e que um plano de tratamento seja criado. Neste plano terapêutico um medicamento ou combinação de medicamentos vai ser instituída, mas medidas não medicamentosas também implementadas como o início de exercícios físicos e a escolha de um manejo da saúde mental com um terapeuta cognitivo comportamental, ou outra linha de terapia e o equilíbrio do estilo de vida, manejo do tempo e integração da espiritualidade e religiosidade de forma positiva como estratégia de apoio ao quadro de dor e depressão.
Dr Mario Peres, médico neurologista, autor do livro dor de cabeça: o que ela quer com você.

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